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Direito e JustiçaBurkina Faso

Caso Sankara: Compaoré condenado a pagar indemnização

Lusa
10 de maio de 2022

Justiça militar do Burkina Faso condenou o ex-PR Blaise Compaoré a pagar 1,2 milhões de euros de indemnizações aos herdeiros do ex-chefe de Estado Thomas Sankara e seus companheiros assassinados em 1987.

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Thomas Sankara foi assassinado em 1987Foto: Alexander Joe/AFP/Getty Images

O montante da indemnização por "reparação de danos morais e económicos" ascende a 807,5 milhões de francos cfa, incluindo "um franco simbólico", para os beneficiários de Thomas Sankara, disse esta terça-feira (10.05) o juiz Urbain Meda, do tribunal militar.

Além de Campaoré, outros nove arguidos foram condenados ao pagamento da verba fixada pelo tribunal militar.

A quantia terá que ser paga conjuntamente por Blaise Compaoré, e ainda pelo ex-comandante da sua guarda Hyacinthe Kafando e pelo ex-chefe do exército em 1987, Gilbert Diendéré, todos condenados a prisão perpétua no início de abril pelo envolvimento no assassínio, bem como sete outros arguidos, condenados a penas que variam entre três e 20 anos de cadeia.

De acordo com a decisão do tribunal, o Estado do Burkina Faso terá que compensar os reclamantes legítimos se os condenados não puderem pagar as quantias fixadas.

Blaise Compaoré Präsident Burkina Faso
Ex-Presidente Blaise Compaoré vive exilado na Costa do Marfim Foto: AP

Restituição de propriedade

O tribunal militar, no entanto, rejeitou um pedido de restituição da propriedade de Thomas Sankara à sua família.

"Lamentamos a decisão do tribunal em não aceitar o pedido de restituição da propriedade. Vamos ver com a família de Thomas Sankara se recorremos ou não da decisão", reagiu Benewendé Stanislas Sankara, um dos advogados da família Sankara.

Chegado ao poder por um golpe de Estado em 1983, Thomas Sankara, de 37 anos, foi morto com 12 dos seus companheiros por um comando durante uma reunião na sede do Conselho Nacional da Revolução (CNR) em Ouagadougou.

A morte de Thomas Sankara, que queria "descolonizar mentalidades", foi um assunto tabu durante os 27 anos de Compaoré no poder, do qual foi obrigado a sair após uma insurreição popular em 2014.

Desde então, Compaoré vive exilado na Costa do Marfim e foi condenado à revelia, assim como Hyacinthe Kafando, que está foragido desde 2016.

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