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Camará sai se o MADEM-G15 não tiver maioria absoluta

Iancuba Dansó (Bissau)
30 de maio de 2023

Faltam três dias para o fim da campanha eleitoral na Guiné-Bissau. Líder do MADEM-G15, Braima Camará, promete que, se o partido não tiver maior absoluta nas eleições de domingo, deixará a política.

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Braima Camará, líder do MADEM-G15
Foto: privat

O MADEM-G15 foi fundado em 2018 por um grande número de antigos altos dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde. 15 deles foram expulsos após o litígio com a direção do PAIGC, depois de se absterem na votação do programa de Governo do próprio partido. 

Liderado por Braima Camará, o Movimento para Alternância Democrática estreou-se nas eleições legislativas em 2019 e surpreendeu ao eleger 27 dos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP). Passou de estreante a segunda maior força política da Guiné-Bissau. 

Eleições legislativas de 2019 na Guiné-Bissau
Guiné-Bissau vai a votos a 4 de junhoFoto: Getty Images/AFP/SEYLLOU

Neste momento, o MADEM-G15 partilha a governação do país com o Partido da Renovação Social (PRS) e APU-PDGB (Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau). 

Ativo na campanha eleitoral para as legislativas de 4 de junho, o coordenador nacional do Movimento para Alternância Democrática, Braima Camará, deixou na segunda-feira (29.05) uma garantia: "Já temos assegurado um fundo de 100 milhões de dólares no âmbito da UEMOA", a União Económica e Monetária do Oeste Africano, informou.

"No dia em que colocarem a faixa [de primeiro-ministro] ao Braima Camará, em cem dias, dir-vos-ei quais são as prioridades e os setores que iremos estabilizar com o fundo-donativo que vamos receber para o povo da Guiné-Bissau", prosseguiu.

"Não há nenhuma inovação"

O MADEM-G15 tem arrastado massas na presente campanha eleitoral, mas tem também ouvido críticas devido à crise da campanha de comercialização da castanha de caju.

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O analista político Cabi Sanhá reprova a atuação, na campanha, do Movimento para Alternância Democrática e do resto dos partidos concorrentes às eleições. 

"Não há nenhuma inovação por parte do MADEM-G15 e da generalidade dos partidos. A campanha tem sido paupérrima, em termos genéricos, sobretudo no que diz respeito à mensagem de alento e de esperança que devia ser enviada à população. À partida, a pessoa a quem a mensagem é dirigida sabe que são propostas irrealistas", comenta Cabi Sanhá.

Maioria absoluta?

Contudo, Braima Camará diz-se confiante numa vitória com maioria absoluta e promete abandonar a política se não atingir esse feito. "Se o povo entender dar ao MADEM-G15 entre 30 e 35 deputados, estaria a exibir-me o 'cartão vermelho' para deixar a política e, de facto, deixarei a política", prometeu.

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, vem do MADEM-G15Foto: AFP/Seyllou

É ainda difícil prever qual será o resultado do MADEM-G15 nas eleições do próximo domingo, refere o analista político Cabi Sanhá.

"O cidadão comum vê o MADEM-G15 como corresponsável pela situação em que o país se encontra, em todas as vertentes, quer social, económica e política. Por outro lado, vimos o PRS a crescer e a recuperar as bases [eleitorais], e isto pode, em certa medida, retirar ao MADEM-G15 um número significativo do eleitorado".

O Movimento para Alternância Democrática é o partido do qual é oriundo o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. Por isso, Braima Camará, coordenador nacional do MADEM-G15, tem apelado ao voto na sua formação política, para garantir a "coabitação" pacífica entre o primeiro-ministro e o chefe de Estado, evitando "instabilidade".

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