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Calma após motim na Costa do Marfim

gs | AFP | Lusa | EBU
9 de janeiro de 2017

Na Costa do Marfim, respira-se de alívio. Foi alcançado um acordo com soldados que se amotinaram e paralisaram, durante dois dias, a segunda maior cidade, Bouaké.

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Foto: picture-alliance/abaca/C. Bah

O motim começou na sexta-feira (06.01), em Bouaké. Soldados tomaram o controlo das ruas da segunda maior cidade da Costa do Marfim. Ouviram-se disparos, e escolas e lojas estiveram encerradas. Os tumultos alastraram-se a outras cidades. No sábado, os militares passaram a controlar a sede do exército, em Abidjan.

Os soldados pediam aumentos salariais, alojamento e uma progressão mais rápida nas carreiras.

O ministro da Defesa da Costa do Marfim, Alain-Richard Donwahi, que se deslocou a Bouaké para negociar com os militares, esteve detido pelos soldados amotinados durante cerca de duas horas.

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Motim em Bouaké, a segunda maior cidade da Costa do Marfim, durou dois diasFoto: Reuters

A população solidarizou-se com as revindicações dos soldados: "Estas são as pessoas de que o Governo depende para governar. Portanto, ele tem de cuidar delas", afirmou uma comerciante. "Os militares têm família, precisam de casa, de dar de comer e cuidar dos seus familiares."

"Penso que têm razão em fazer as exigências, mas os meios que usaram para não são apropriados", afirmou, por sua vez, um estudante.

Acordo

A calma regressou à Costa do Marfim quando o Presidente Alassane Ouattara anunciou, na noite de sábado, um acordo com os militares.

"Confirmo o acordo para a apreciação das reivindicações relativas aos prémios e à melhoria das condições de vida dos soldados", afirmou Ouattara na televisão.

Calma após motim na Costa do Marfim

Ouattara apelou ainda aos militares para voltar às casernas, de modo a permitir a implementação das decisões em ambiente de calma. E, através da rede social Twitter, o Presidente costa-marfinense pediu ao povo para voltar ao trabalho e à sua vida normal.

Esta não foi a primeira reivindicação dos militares por melhores salários. Em novembro de 2014, outro protesto de soldados também começou em Bouaké, alastrando-se a Abidjan, a capital económica, e a outras cidades.

Com um milhão e meio de habitantes, Bouaké foi a capital da rebelião que controlou o norte da Costa do Marfim quando o país esteve dividido em dois, entre 2002 e 2011. A rebelião era favorável ao atual Presidente Alassane Ouattara, enquanto o sul do país era controlado pelas forças leais ao ex-chefe de Estado Laurent Gbagbo.