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Cabo Verde é exemplo em matéria de nutrição infantil escolar

Nélio dos Santos (Cidade da Praia) / Lusa6 de outubro de 2015

Formas inovadoras de financiamento dos programas de alimentação escolar nos países em desenvolvimento estiveram em debate no Fórum Global sobre Nutrição Infantil. Nos PALOP existem experiências diferentes.

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XVII Fórum Global sobre Nutrição Infantil na Cidade da Praia, Cabo VerdeFoto: DW/N. dos Santos

Outro objetivo do Fórum é apoiar tecnicamente países em desenvolvimento interessados em iniciar ou expandir programas de alimentação escolar saudáveis ligados à agricultura familiar.

Este Fórum existe desde 1997 e reúne anualmente líderes de países em desenvolvimento e especialistas em nutrição infantil. Dos PALOP, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, estiveram na XVII edição deste Fórum Global sobre Nutrição Infantil representantes de Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Cabo Verde foi o país anfitrião e o seu programa de cantinas escolares é um dos pilares do sucesso no domínio da educação. O programa oferece, pelo menos, uma refeição quente por dia aos alunos, evitando deste modo o abandono escolar por parte dos educandos das famílias mais carenciadas.

Esse programa foi apresentado e elogiado durante os trabalhos do Fórum, pelo Centro de Excelência contra a Fome do Programa Alimentar Mundial e pelo Governo de Cabo Verde através da Fundação Cabo-verdiana de Ação Social e Escolar (FICASE).

O país, que importa mais de 80 por cento dos seus alimentos, conseguiu reduzir as suas taxas de má nutrição global para 2,6 por cento (média da região é de 10 por cento) e de má nutrição severa para 9,7 por cento para uma taxa média da região de 37 por cento.

Como incluir os agricultores locais na iniciativa?

Uma das conclusões do fórum é a criação de mecanismos para a sustentabilidade das cantinas escolares, destacou a ministra cabo-verdiana da Educação, Fernanda Marques: "Sai verdadeiramente a proposta da integração setorial, em relação às refeições quentes. A nutrição, que vai além da refeição quente, não é uma refeição quente qualquer, é com cuidados nutricionais específicos."

Kap Verden Fórum Global Child Nutrition Foundation
Ministra da Educação e Desporto de Cabo Verde, Fernanda MarquesFoto: DW/N. dos Santos

Os 250 participantes de 45 países também recomendaram que o projeto de cantinas escolares esteja de mãos dadas com os agricultores locais. Marques quer ver "como é que os agricultores a volta das escolas, ou não, poderão contribuir para que as suas produções sejam diretamente direcionadas para as escolas, permitindo assim um desenvolvimento da própria comunidade."

O presidente da FICASE, Felisberto Moreira, enalteceu o facto de Cabo Verde passar a fazer parte da rede africana de alimentação escolar, uma forma de combater a fome no mundo.

Para Moreira "representa um ganho muito importante, porque vamos poder projetar Cabo Verde a nível de alimentação escolar. Acreditamos que vários países virão futuramente a Cabo Verde para conhecer de perto e in loco experiências muito interessantes."

A experiência são-tomense

São Tomé e Príncipe esteve representado no encontro por Angelina Vera Cruz. Em entrevista à Rádio de Cabo Verde, a representante disse que o seu país ainda é um bebé na implementação do projeto das cantinas escolares, pois tem uma experiência de apenas 5 anos.

Mas ressalta: "Ao longo do tempo criamos o nosso saber também. E hoje já temos bases para uma alimentação escolar saudável." Angelina Vera Cruz revela, entretanto, que "para as cantineiras foi um desafio na introdução de nova forma de ser e de estar. Não foi fácil ao longo de cinco anos, mas agora São Tomé e Príncipe prima por um bom caminho."

Kap Verden Fórum Global Child Nutrition Foundation
Participantes do Fórum na Cidade da PraiaFoto: DW/N. dos Santos

Tunísia é um país que tem uma experiência de 50 anos no programa de cantinas escolares, destacou a representante tunisina, Afef Foughaly: “Eu penso que existem sempre contrariedades mas, é uma boa experiência se atendermos que começamos nos anos 60. Nós temos uma longa experiência com as cantinas escolares, primeiro com o Programa Alimentar Mundial e depois através de um programa do nosso Governo com o apoio do PAM. Portanto, penso que temos uma boa experiência neste domínio”.

A Tunísia tem uma população de dez milhões de habitantes, sendo que dez por cento são estudantes. O programa tunisino das cantinas escolares cobre 25 por cento do total dos alunos.


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