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Cabo Delgado: primeiro-ministro vê "estabilidade a voltar"

Lusa
10 de março de 2021

Carlos Agostinho do Rosário diz que bravura das FADM gera retorno gradual à estabilidade, mas admite impacto do terrorismo. Primeiro-ministro também mencionou situação instável com a "Junta Millitar" em Sofala.

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Carlos Agostinho do Rosário
Foto: Roberto Paquete/DW

O primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, disse esta quarta-feira (10.03) que a estabilidade está "gradualmente" a voltar à província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, mas admitiu que o impacto do terrorismo persiste na região.

"Em relação ao combate ao terrorismo, regista-se uma tendência de retorno gradual da estabilidade e segurança pública na província de Cabo Delgado, mercê da bravura das Forças de Defesa e Segurança", declarou Carlos Agostinho do Rosário.  O governante fez a avaliação no discurso de abertura da sessão de informações do Governo à Assembleia da República (AR), que decorre hoje e quinta-feira no parlamento.

 "Às Forças de Defesa e Segurança endereçamos uma vibrante saudação pelo sacrifício e entrega abnegada na defesa da população, integridade territorial e garantia da tranquilidade e segurança públicas", disse. Apesar de apontar progressos, o primeiro-ministro moçambicano reconheceu que Cabo Delgado continua a ser assolado pela ação de grupos armados. "Continuamos a enfrentar o terrorismo em Cabo Delgado", disse.

Mosambik | Muendumbe Cabo Delgado | Streitkräfte
Rosário fala em "bravura" das FADMFoto: Roberto Paquete/DW

Instabilidade com a "Junta Militar"

Carlos Agostinho do Rosário avançou que o Governo vai continuar a fortalecer a capacidade operativa das Forças de Defesa e Segurança. Ainda no plano da segurança, prosseguiu o dirigente, as ações da Junta Militar, uma dissidência armada da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), estão a provocar instabilidade nas províncias de Sofala e Manica, centro do país.

A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 670 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos.

A violência surgiu em 2017, algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

 No centro do país, a autoproclamada Junta Militar é acusada de protagonizar ataques armados contra civis e forças governamentais em estradas e povoações das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas.

O grupo rejeita o acordo de paz assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade.

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