1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Insurgentes matam 15 pessoas em aldeias de Cabo Delgado

Lusa
7 de março de 2022

Um total de 15 pessoas morreu entre sexta-feira e domingo (06.03) durante ataques armados a três aldeias do distrito de Nangade, em Cabo Delgado, norte de Moçambique. Residentes fogem para a sede distrital.

https://p.dw.com/p/486rl
BG I Alltag und Militarismus in Cabo Delgado
Foto: Roberto Paquete/DW

15 pessoas morreram nos últimos dias durante ataques de insurgentes armados a três aldeias do distrito de Nangade, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, segundo fontes locais citadas pela agência Lusa.

Grupos armados invadiram as aldeias de Mbuidi, Malamba e Nangõmba, esta última a apenas um quilómetro da sede distrital de Nangade.

"Na sexta-feira, os 'terroristas' atacaram aldeia de Mbuidi, no sábado atacaram a comunidade de Malamba e no domingo, pelas 10:00 (08:00 em Lisboa) atacaram Nangõmba", relatou uma fonte que fugiu desta aldeia para a sede distrital.

Segundo a mesma fonte, a população daquela região deixou de ir aos campos de cultivo, apesar de a agricultura de subsistência ser a principal ocupação de todas as famílias. "Ninguém vai à machamba (campos agrícolas) por [ter] medo dos insurgentes", referiu, acrescentando que a população teme o surgimento de "fome durante este ano" nalgumas comunidades.

Uma outra fonte contactada pela Lusa, relatou mau cheiro nas matas atribuído à decomposição de corpos abatidos, alguns decapitados, e que não são enterrados por falta de segurança e dificuldades de acesso provocadas pelas chuvas.

"Mudar a forma de bater" para combater a insurgência

"Nalgumas zonas há mau cheiro porque com a chuva e os ataques sem cessar ninguém consegue enterrar os corpos", disse.

"Ninguém se atreve a sair sozinho sem escolta"

Questionada sobre a mobilidade na estrada que liga Nangade ao distrito seguro de Mueda, a mesma fonte referiu que a ligação tem sido feita com escolta das Forças de Defesa e Segurança e da força local, composta por ex-combatentes e civis.

"Ninguém se atreve a sair sozinho para Mueda, sem escolta, porque eles [grupos armados] atacam aldeias vizinhas e nalguns casos ao longo da estrada principal", concluiu.

Encostado à fronteira com a Tanzânia, através do rio Rovuma, Nangade está entre duas partes distintas de Cabo Delgado: a nascente faz fronteira com Palma e Mocímboa da Praia, palco dos principais confrontos, e do lado poente com Mueda, que tem servido de refúgio para milhares de deslocados.

Muitos deslocados passam por Nangade para tentar chegar a outros pontos da província, mas agora sem sucesso, porque as ameaças têm surgido ao longo da estrada e há receio de circular.

À medida que a ofensiva apoiada pelo Ruanda e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) avança, suspeita-se que também os rebeldes fogem para distritos e províncias vizinhas, dando origem a estes novos ataques contra povoações.

O distrito de Nangade era um dos maiores produtores de caju na província de Cabo Delgado, mas a insegurança tem prejudicado a atividade, sobretudo depois de começar a ser alvo de ataques frequentes, desde o início de fevereiro.

Instituto Agrário de Bilibiza segue em frente após ataque

Saltar a secção Mais sobre este tema