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Cabo Delgado: Patrulhamento vai ser "maximizado", dizem FDS

Lusa | mc
19 de agosto de 2020

As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas anunciaram que vão "maximizar as ações de patrulhamento ostensivo, combate e perseguição dos terroristas" responsáveis por ataques armados em Cabo Delgado.

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Symbolbild | Im Norden Mosambiks sind 50 Zivilisten von Dschihadisten ermordet worden
Foto: AFP/J. Nhamirre

A alegada ocupação do Estado Islâmico do porto de Mocímboa da Praia, na semana passada, não deixou as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS) sem resposta.

Esta quarta-feira (19.08), anunciaram que vão maximizar as "ações de patrulhamento ostensivo" para combater e capturar "terroristas" que têm protagonizado ataques armados na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Segundo um comunicado de imprensa do balanço das atividades do comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) na última semana, as FDS indicam que "mantêm ativos" os seus "dispositivos operacionais" naquela província do norte de Moçambique para travar as incursões de grupos armados.

A nota não avança detalhes sobre as operações, frisando apenas que as FDS procuram "maximizar as ações de patrulhamento ostensivo, combate e perseguição dos terroristas".

Mocímboa da Praia sem comunicações

Na última semana, os insurgentes realizaram ataques sequenciados às aldeias de Anga, Buji, Ausse e à vila sede de Mocímboa da Praia. Segundo dados do ministério da Defesa, pelo menos 59 "terroristas" morreram em operações de resposta das forças governamentais.

Na quarta-feira passada (12.08), os grupos armados invadiram o porto de Mocímboa da Praia e os confrontos deixaram um número desconhecido de mortos, incluindo elementos das FDS, segundo informações avançadas à agência Lusa por uma fonte do Exército.

Várias infraestruturas foram vandalizadas e, neste momento, as linhas de comunicação também estarão interrompidas em Mocímboa da Praia.

Porto é estratégico

Na quinta-feira (13.08), o ministro da Defesa de Moçambique, Jaime Neto, disse que os grupos armados estão infiltrados nas comunidades e a comandar ataques contra a vila a partir das instalações portuárias.

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico e foi, em 27 e 28 de junho, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes.

A violência armada já causou a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

Ataques da autoproclamada Junta Militar

Além de Cabo Delgado, a nota das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique indica que também prosseguem ações operativas para capturar guerrilheiros da autoproclamada Junta Militar da  Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

O grupo dissidente do principal partido de oposição em Moçambique é acusado pelas autoridades de protagonizar ataques armados em estradas e povoações do centro de Moçambique.

Os ataques atribuídos à Junta Militar da RENAMO já provocaram a morte de, pelo menos, 25 pessoas desde agosto de 2019.

Campanha solidária apoia vítimas do conflito em Cabo Delgado

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