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PolíticaBurkina Faso

Blaise Compaoré "pede perdão" à família de Thomas Sankara

Lusa
26 de julho de 2022

O ex-Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, julgado à revelia e condenado a prisão perpétua pelo assassínio em 1987 do seu antecessor, Thomas Sankara, "pediu perdão" à família do Presidente falecido.

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Foto: AP

"Peço desculpas ao povo de Burkina Faso por todos os atos que possa ter cometido durante o meu magistério e mais particularmente, à família do meu irmão e amigo Thomas Sankara", lê-se numa mensagem divulgada esta terça-feira (26.07) pelo porta-voz do Governo burquinabê, Lionel Bilgo.

"Assumo e lamento do fundo do meu coração todo o sofrimento e drama vivido por todas as vítimas durante os meus mandatos à frente do país e peço às suas famílias que me concedam o seu perdão", prossegue a mensagem.

Pela "reconciliação nacional"

Blaise Compaoré, de 71 anos, chegou ao poder em 1987 após um golpe que custou a vida do então Presidente Thomas Sankara. Em abril passado, Compaoré foi julgado e condenado à revelia a prisão perpétua pelo papel que desempenhou no assassínio de Sankara.

Ex-Presidente do Burkina Faso, Thomas Sankara
Thomas Sankara foi assassinado a 15 de outubro de 1987Foto: AFP/dpa/picture-alliance

Forçado pelos protestos populares a fugir do país em 2014, vive desde então na Costa do Marfim, mas foi autorizado a regressar brevemente por alguns dias ao país, no início de julho, sem ser detido.

O breve regresso ao país foi feito a convite do tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, atual Presidente de transição que chegou ao poder num golpe de Estado em janeiro, com o objetivo de "selar a reconciliação nacional" perante os ataques fundamentalistas islâmicos que atingem o país.

Depois de conhecer o novo homem forte do país, Compaoré deu sinais de aproximação. Expressando a "sua profunda gratidão" às autoridades de transição, ele pediu na sua mensagem aos burquinabês "uma união sagrada, tolerância, contenção, mas acima de tudo perdão, para que os interesses superiores da Nação prevaleçam".

A sua visita em julho desencadeou uma enxurrada de críticas de políticos e da sociedade civil, que achavam que a reconciliação não deveria ser sinónimo de impunidade.

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