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Bissau: Bacari Biai apresenta queixa-crime por difamação

Lusa
14 de novembro de 2022

Em causa estão as acusações sobre o alegado envolvimento de Bacari Biai no desvio de droga apreendida. O PGR apresentou queixa também contra o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.

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Bacari Biai Generalstaatsanwalt von Guinea-Bissau
Bacari Biai, procurador-geral da República da Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

O procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Bacari Biai, apresentou queixas-crimes contra várias pessoas por alegada difamação, incluindo o diretor da PJ e o antigo secretário de Estado da Ordem Pública, disse à Lusa fonte judicial. 

Segundo a mesma fonte, também foi apresentada uma queixa-crime contra o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Domingos Martins, e contra o bloguista Denílson Ferreira (conhecido por Doka). 

Em causa, segundo a fonte, estão as acusações alegadamente feitas por aquelas pessoas em relação ao suposto envolvimento do procurador-geral da República no desvio de droga apreendida.

"Em relação aos dois primeiros está em causa o vazamento de um áudio nas redes sociais, onde Augusto Cabi (antigo secretário de Estado da Ordem Pública) e Domingos Correia (diretor da Polícia Judiciária) supostamente, a falar ao telefone, terão acusado Bacari Biai de ter beneficiado de alguma quantidade de droga", explicou a fonte judicial.

O procurador-geral da República, segundo a fonte, pretende com a ação judicial defender a sua honra, mas também o "bom nome do Ministério Público", que deve estar "acima de suspeitas, particularmente em questões ligadas ao tráfico de droga".

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O caso refere-se a cocaína apreendida em setembro pelo departamento da informação policial e investigação criminal da Polícia de Ordem Pública, que alegadamente terá sido desviada por pessoas ligada ao Ministério Público e ao Ministério do Interior.

Segundo a sociedade civil, foram divulgados "áudios e relatórios de investigações comprometedoras nas redes sociais, sobre as redes criminosas de tráfico de drogas na Guiné-Bissau, com o suposto envolvimento das mais altas hierarquias do Ministério do Interior e da Procuradoria-Geral da República".

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público também denunciou as alegadas acusações que "dão conta do envolvimento de alguns magistrados do Ministério Público, de base ao topo" no desvio de droga, salientando que lesam a "boa imagem e o prestígio" daquele organismo.

Bacari Biai já recusou, em conferência de imprensa, qualquer envolvimento no tráfico de droga e considerou ter condições para continuar no cargo por não estar envolvido em qualquer atividade ilícita.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, exonerou no final de outubro o então ministro do Interior, Botché Candé, substituindo-o por Sandji Fati, e extinguiu a Secretaria de Estado da Ordem Pública. 

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