Biden "passa testemunho" para "salvar democracia"
25 de julho de 2024O Presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso à nação na noite desta quarta-feira, o primeiro desde que anunciou a sua retirada da corrida às eleições presidenciais de 5 de novembro.
Insistindo que "a defesa da democracia é mais importante do que qualquer título", Biden explicou que a sua decisão é "a melhor maneira de unir a nossa nação".
"Nas últimas semanas, tornou-se claro para mim. Preciso unir o meu partido nesta tarefa crucial. Acredito que o meu historial como Presidente, a minha liderança no mundo, a minha visão para o futuro dos EUA, merecem um segundo mandato. Mas nada, nada pode impedir-nos de salvar a nossa democracia. Por isso, decidi que o melhor caminho a seguir é passar o testemunho a uma nova geração", disse.
No breve discurso, o Presidente norte-americano apelou ao fim das divisões na política dos EUA e disse que o país é mais poderoso do que "qualquer ditador ou tirano".
Biden prometeu dar continuidade ao seu trabalho como Presidente nos seis meses que restam do seu mandato, acrescentando que vai continuar a tentar reduzir os custos para as famílias e defender as liberdades, incluindo o direito ao aborto.
Kamala Harris é "experiente e capaz"
Ainda durante o discurso televisivo, Biden elogiou a vice-presidente Kamala Harris, de 59 anos, que deverá ser a nova candidata presidencial democrata.
"Dentro de poucos meses, o povo americano vai escolher o rumo dos EUA. Eu fiz a minha escolha. Dei a conhecer os meus pontos de vista. Gostaria de agradecer à nossa grande vice-presidente Kamala Harris", começou por afirmar o Presidente norte-americano, acrescentando que Kamala Harris é "experiente, forte e capaz". "Tem sido uma parceira incrível e uma líder para o nosso país", garantiu.
Biden recebe Netanyahu
Ainda no seu discurso à nação, Biden garantiu que vai continuar a trabalhar "para acabar com a guerra em Gaza", "trazer para casa todos os reféns e trazer paz e segurança ao Médio Oriente".
Biden disse ainda que é o primeiro Presidente norte-americano deste século que pode dizer que os Estados Unidos não estão em guerra em nenhuma parte do mundo.
Esta quinta-feira (25.07), o Presidente dos EUA recebe na Casa Branca o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O encontro com Biden acontece um dia depois de Netanyahu ter discursado no Congresso norte-americano, onde defendeu que os Estados Unidos e Israel devem "manter-se unidos”.
O primeiro-ministro de Israel pediu ao país aliado mais ajuda militar argumentando que poderia "acelerar o fim da guerra” na Faixa de Gaza.
Em declarações, esta quarta-feira, um alto funcionário norte-americano adiantou à imprensa que as negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns estão "quase concluídas". Segundo a mesma fonte, uma possível trégua depende de um pequeno número de questões sobre como um acordo entraria em vigor, uma vez que o Hamas suavizou a sua exigência de uma retirada total de Israel.