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Ban Ki-moon destaca contributo de Moçambique para a paz na região

Da Silva,Romeu21 de maio de 2013

O secretário-geral da ONU discutiu com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, a situação de insegurança na região dos Grandes Lagos. Segundo Ban Ki-moon, o envio de mais forças para o leste da RDCongo é irreversível.

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Em Maputo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mostrou estar preocupado com a situação no leste da República Democrática do Congo (RDC).

Na madrugada de segunda-feira (20.05), o exército congolês e o grupo de rebeldes M23 combateram perto da cidade de Goma pela primeira vez em quase seis meses. Os ataques continuaram na terça-feira, provocando dezenas de mortos e feridos de ambos os lados.

"Quero enfatizar a urgência de se respeitar os acordos de paz para o leste do Congo Democrático", afirmou Ban Ki-moon, no último dia da sua visita oficial a Moçambique (21.05). O secretário-geral da ONU assegurou que a organização tudo fará para restabelecer a paz, a estabilidade e a segurança na região.

Ban Ki-moon viajou depois para Kinshasa, capital da RDC. O responsável adiantou que se vai reunir esta quarta-feira com os presidentes do Ruanda, Paul Kagame, e do Uganda, Yuweri Museveni. O encontro será dedicado à busca de soluções para a paz na região dos Grandes Lagos. Ban Ki-moon também pretende discutir o assunto em Addis Abeba, na Etiópia, durante as comemorações dos 50 anos da União Africana, no próximo fim de semana.

Força de intervenção

Em março, as Nações Unidas decidiram enviar uma brigada de intervenção para a RDC. A brigada, que contará com três mil efetivos, reforçará a missão de paz da ONU de 19 mil homens que já está no terreno, a MONUSCO, e está mandatada para combater os grupos armados no leste do país.

Na altura, o chefe político do M23, Bertrand Bisimwa, disse que o envio da nova brigada de intervenção era uma declaração de guerra. Mas, em Maputo, Ban Ki-moon mostrou-se firme e disse que a decisão do Conselho de Segurança de março é irreversível.

"É importante reforçar as tropas para garantir a segurança naquela região. Neste momento existem forças que estão a velar pela segurança da população, mas é preciso que haja mais."

"Papel importante" de Moçambique

Moçambique, que lidera a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), tem um papel muito importante na pacificação da região dos Grandes Lagos, comentou Ban Ki-moon. Mas não só. Também a Comissão da União Africana, presidida por Nkosazana Dlamini-Zuma, se deve comprometer com esse objetivo.

"Todas as partes mais influentes devem procurar mecanismos para pacificação desta problemática região e promover o desenvolvimento e a segurança da população. Moçambique é muito importante e enalteço o seu papel neste esforço de paz e na defesa dos direitos humanos", referiu o secretário-geral da ONU.

Guiné-Bissau também foi tema

Na sua passagem pela capital moçambicana, o responsável das Nações Unidas enalteceu igualmente o papel de Moçambique na SADC e, particularmente na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para a solução da crise política na Guiné-Bissau.

O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, revelou que esse foi um dos temas em cima da mesa no encontro desta terça-feira (21.05) de Ban Ki-moon com o Presidente moçambicano Armando Guebuza.

"Falou-se da Guiné-Bissau com igual preocupação", contou Baloi. "Foi mencionada a importância da nomeação do antigo Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, como representante especial do secretário-geral das Nações Unidas."

Durante o encontro, Ban Ki-moon disse também estar preocupado com a situação de segurança na região da SADC, nomeadamente no Zimbabué, e com o recente revés político no Madagáscar, depois de Andry Rajoelina e dois rivais, Lalao Ravalomanana e Didier Ratsiraka, apresentarem as suas candidaturas às eleições presidenciais, marcadas para julho.