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Autoridades da RDC não autorizam manifestação em Kinshasa

AFP | cvt
30 de dezembro de 2017

A manifestação contra o Presidente Joseph Kabila estava planeada para este domingo (31.12). Governo diz que não há contingente policial para "supervisionar a marcha". Não está claro se os protestos terão lugar.

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Manifestação contra o Presidente Kabila, em Kinshasa, em 2016Foto: Reuters/K. Katombe

Na República Democrática do Congo (RDC), o governador de Kinshasa, Andre Kimbuta, justificou a decisão das autoridades de não autorizar a manifestação organizada pelos católicos. Segundo Kimbuta, "a cidade não tem policiais suficientes para supervisionar esta marcha". "Portanto, não reconheço a autorização solicitada", acrescentou.

Cerca de 150 igrejas católicas planearam protestar em Kinshasa, este domingo (31.12), para pedir ao Governo que implemente um acordo de compromisso, assinado há um ano, com o objetivo de forçar a saída do Presidente Joseph Kabila e restaurar a estabilidade no país atingido pela crise.

Numa carta ao governador, um comitê de coordenação secular disse que o acordo assinado na véspera de Ano Novo, há um ano, é "o único caminho viável" para conseguir eleições credíveis na RDC.

Joseph Kabila Präsident der Demokratischen Republik Kongo
Joseph Kabila, Presidente da RDCFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Kabila e o poder

Joseph Kabila assumiu o poder depois que seu pai, Laurent Kabila, foi assassinado em 2001 no auge da Segunda Guerra do Congo. Kabila recusou-se a deixar a Presidência no final de seu segundo e último mandato, em dezembro de 2016.

No âmbito do acordo de compromisso, as eleições deveriam ter lugar até dezembro de 2017, mas foram adiadas repetidamente. O motivo, segundo o Governo, é a violência na região do Kasai.

Kabila está impedido pela Constituição de concorrer a um terceiro mandato, mas pode permanecer no cargo até as próximas eleições, agora marcadas para 23 de dezembro de 2018. O adiamento constante do pleito presidencial aumentou as tensões na RDC.

Uma campanha de protesto liderada pela oposição do país foi reprimida pela polícia, o que levou a mortes e prisões.

Kongo Polizei
Polícia durante protesto em Kinshasa (Foto de Arquivo/2015)Foto: Getty Images/AFP/P. Mulongo

Ativistas libertados

Três ativistas pró-democracia foram libertados depois de passarem cinco meses na prisão, informou a organização Justicia ASBL (ou Justiça - Associação sem Fins Lucrativos, em português literal) na sexta-feira (29.12).

Jean Mulenda, Jean-Pierre Tshisitshabu e Patrick Mbuya deixaram a prisão central de Kasapa, na segunda maior cidade do país, Lubumbashi, disse a organização num comunicado.

Eles foram condenados a cinco meses de prisão por organizar "uma marcha anárquica" e incitar a "desobediência civil" no passado dia 31 de julho, em Lubumbashi.

Os ativistas disseram que a marcha pretendia invocar a Comissão Eleitoral do país a anunciar rapidamente a data de eleições, há muito atrasadas.

Outro ativista preso durante a marcha de julho passado, Timothee Mbuya, foi sentenciado a pena de prisão de 12 meses e continua preso.

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