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Autarcas pelo clima vencem Prémio Gulbenkian

26 de outubro de 2021

O montante do prémio, um milhão de euros, beneficiará comunidades desfavorecidas do Senegal e dos Camarões. O objetivo é melhorar a qualidade de vida das populações face ao esforço mundial de combate à crise climática.  

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Foto: J. Carlos/DW

"África é das regiões mais atingidas pelos efeitos das alterações climáticas e onde os desafios são expressivos", disse Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, depois de anunciar esta terça-feira (26.10) o vencedor da segunda edição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade - Alterações Climáticas.

O galardoado foi o "Global Covenant of Mayors for Climate & Energy", uma aliança constituída por mais de 10.600 cidades e governos locais de 140 países.

 Gulbenkian Prize for Humanity, Lissabon, Portugal
Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste GulbenkianFoto: J. Carlos/DW

O montante do Prémio Gulbenkian deste ano, 1 milhão de euros, será destinado ao financiamento de projetos em cinco cidades do Senegal e numa cidade nos Camarões, para o fornecimento de água potável a famílias desfavorecidas e desenvolvimento de soluções de eficiência energética na iluminação pública.  

"Promover o acesso à energia limpa e segura, é aí que está o cerne de toda esta luta", afirmou Isabel Mota.

Por outro lado, com o projeto de abastecimento de água potável pretende-se libertar as mulheres do trabalho doméstico.

"Elas são as maiores sacrificadas", disse a responsável, porque têm, durante horas, que percorrer quilómetros de estrada para ir buscar água para dar de beber à família.  

Prémio serve também de "encorajamento"

O júri independente, constituído por personalidades de renome internacional, distinguiu os premiados entre 113 candidatos provenientes de 48 países dos cinco continentes.

Destacou o esforço concertado da "Global Covenant of Mayors for Climate & Energy" (em português, "Pacto Global de Autarcas para o Clima e Energia") na transição para uma economia de baixo carbono.

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"Os municípios, quando aderem voluntariamente a este pacto, comprometem-se a desenvolver planos de ação na área da energia e das alterações climáticas com metas muito concretas com vista à redução das emissões para 2030", destacou Miguel Bastos Araújo, vice-presidente do júri.

Araújo espera agora que o prémio "constitua um encorajamento adicional para que os autarcas reforcem o seu compromisso e protagonismo nestas matérias."

O apoio aos projetos selecionados será realizado em estreita colaboração com o Pacto de Autarcas Regional na África Subsaariana e conta igualmente com a Cooperação Internacional Alemã e o Banco Europeu de Investimento (BEI).

De acordo com Isabel Mota, pretende-se que projetos do género sejam replicados noutras partes do continente africano, e não só, podendo servir também para a aprendizagem dos demais movimentos da sociedade civil que se preocupam com questões ambientais.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade será entregue a 9 de novembro na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que se realiza em Glasgow, na Escócia.

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