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Aumento dos combustíveis encarece vida em Moçambique

30 de março de 2017

Com a subida dos combustíveis, os preços dos produtos e dos transportes ficaram também mais caros. As queixas da população sobem de tom. Economista teme que o nível de vida piore.

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Markt Maquinino
Foto ilustrativa: Mercado em MoçambiqueFoto: DW/J. Beck

O Governo de Moçambique subiu o preço dos combustíveis há uma semana e os efeitos já se sentem. Alguns alimentos deixaram de estar à venda nos mercados de Quelimane, na província central da Zambézia, porque os transportes estão mais caros e os produtores recusam-se a levar os produtos do campo para a cidade.

Houve também subida do preço de outros alimentos. Um quilograma de farinha passou a custar quase 80 meticais (o equivalente a 1,10 euro), quando anteriormente custava 50 meticais. A batata reno custa agora 50 meticais o quilograma, em vez dos anteriores 40 meticais.

Situação pode piorar

"A subida do preço do combustível está a impedir a maioria das pessoas de trazer produtos para Quelimane. Não temos como. Os nossos filhos estudam com as receitas do negócio, há muita reclamação dos nossos clientes", nota Alberto Soares, comerciante.

Mosambik, Autofahrer Francisco Morais
Bonde Carlos, comerciante, mostra-se preocupado com os negóciosFoto: DW/M. Mueia

Bonde Carlos também está preocupado com a falta de lucro. "Com esta subida de preços, nós, como comerciantes, nunca nos vamos desenvolver. Continuamos sempre em baixo", afirma o revendedor.

A situação pode levar a que o nível de vida da população piore, segundo o economista Horácio Mucuveia.

"Enquanto houver uma subida do combustível, os automobilistas também vão aumentar o valor dos transportes, daí que há dificuldade da população em ter acesso a produtos alimentares. A subida de combustível aumenta os custos de vida. Neste caso, quem sofre é a população o impacto e o económico para a população da Zambézia é negativo", considera o Mucuveia.

Apelos ao Governo

Mosambik, Händler Bonde Carlos
Francisco Morais considera que governantes "devem baixar as despesas"Foto: DW/M. Mueia

Em menos de seis meses, o preço do combustível em Moçambique já foi alterado por duas vezes. Em alguns locais, o litro de gasolina custa já 60 meticais (mais de 80 cêntimos de euro) - acima do preço indicado pelo Executivo moçambicano.

Face ao momento atual, o automobilista Francisco Morais deixa um apelo aos governantes: "devem baixar as despesas para as populações se poderem alimentar nas suas casas."

O economista Horácio Mucuveia está, no entanto, pouco otimista quanto a uma descida do preço dos combustíveis. "O combustível em Moçambique nunca vai descer. A tendência será de agravar mais os preços. Por causa da crise económica, o Governo sempre vai aumentando os preços para poder tentar recuperar a economia", afirma.

Aumento dos combustíveis encare vida em Moçambique

No mercado, o comerciante Alberto Soares espera dias melhores e deposita as suas esperanças no Executivo. "Queremos que o Governo resolva isso. Não há guerra, os carros estão a circular normalmente nas estradas. Queremos que a vida da população melhore."