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Após aprovação de acordo, UE dá início à transição do Brexit

com agências | mjp
30 de janeiro de 2020

União Europeia começará neste sábado (01.02) a reconfigurar relação com Reino Unido. Transição deve seguir ao longo do ano de 2020. Sessão no Parlamento teve canção de despedida entoada por eurodeputados.

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Brexit-Vertrag im Europaparlament gebilligt
Parlamento Europeu aprova acordo do BrexitFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira (29.01), em Bruxelas, o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia. Foram 621 votos a favor, 49 contra e 13 abstenções, no último ato legislativo dos 73 eurodeputados britânicos. Essa era a última formalidade que faltava para a concretização do Brexit.

Três anos e meio depois de o Brexit ter sido aprovado num referendo por 52% dos eleitores britânicos, num processo marcado por sucessivas rejeições dos termos do "divórcio”, o Reino Unido vai deixar o bloco europeu esta sexta-feira, 31 de janeiro, às 23 horas de Londres.

Para o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, no entanto, este não é um adeus definitivo aos deputados britânicos. Sassoli reconheceu que tratou-se de um dia histórico, que poderá dar a outros a tarefa de reverter esta decisão. "Queremos ir em direção ao futuro como amigos. É por isso que não chamamos isso de um ‘adeus', mas sim um ‘até breve'”, disse o eurodeputado italiano.

Após aprovação de acordo, UE dá início à transição do Brexit

No sábado, 1 de fevereiro, terá início o chamado "período de transição", que vai até 31 de dezembro de 2020. Neste período, as duas partes vão negociar a relação futura, já que nesse dia o Reino Unido vai tornar-se oficialmente um "país terceiro" para a União Europeia, depois de protagonizar aquele que é o primeiro abandono da história do bloco.

Emoção na saída

Os eurodeputados cantaram no final da sessão "Auld Lang Syne", um cântico escocês de despedida. O negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, David Barnier, defendeu perante o Parlamento que o acordo de saída aprovado esta quarta-feira pela assembleia é a melhor resposta para minimizar as "inúmeras consequências" da saída do Reino Unido. 

"Espero que juntamente com os membros do Parlamento e chefes de Governo, sejamos capazes de reconstruir alguma coisa e que as próximas negociações sejam menos negativas”, disse Barnier.

Na sessão histórica houve mãos dadas e abraços, além de parlamentares visivelmente emocionados. No sentido contrário, Nigel Farage, do partido do Brexit, acérrimo defensor da saída do Reino Unido da União Europeia, não escondeu a satisfação. "Posso garantir-vos, tanto no UKIP como no Partido do Brexit, nós amamos a Europa. Só odiamos a União Europeia. É tão simples como isto.”

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Ursula von der Leyen garantiu o interesse de manter relações próximasFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Novo drama?

Divergências à parte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prestou tributo a todos os britânicos que contribuíram para a construção da União Europeia, durante o "quase meio século" de pertença do Reino Unido ao bloco prestes a chegar ao fim. Sobre as relações futuras, disse ser imperioso, as partes manterem uma relação próxima.

Para a Von der Leyen, há o interesse de manter uma relação próxima, mas é necessário ainda decidir como lidar com o Reino Unido como ‘um país terceiro'. "No que diz respeito ao comércio, estamos a considerar um acordo de livre-comércio, sem tarifas nem quotas – isto seria inédito", afirmou a presidente.

Resta saber como vão correr as negociações no período de transição que se segue à saída do Reino Unido do bloco europeu. O primeiro-ministro Boris Johnson tem pela frente a tarefa de negociarum ambicioso acordo de livre-comércio, num prazo inédito, com os restantes 27 países da União Europeia – e muitos estão céticos quanto à possibilidade de chegar a um acordo abrangente até ao final do ano.