Angolanos podem escolher sete maravilhas naturais do país
O presidente da referida empresa, Luís Segadães, recorda à DW África que "foi feita uma análise para se saber qual seria o primeiro país" em África a receber a iniciativa. Ficou igualmente decidido que esse mesmo país seria "a base" para se expandir o conceito pelo continente africano.
Desta forma, Angola foi selecionada, devido ao "seu crescimento" e "importância que tem hoje no contexto internacional", destaca Luís Segadães. Por seu lado, a porta-voz do concurso 7 Maravilhas Naturais de Angola, Patrícia Pacheco, refere que o país tem "muitas belezas naturais" e garante que a ideia foi "bem recebida" pelo governo nacional e das 18 províncias.
Público escolhe de uma lista de 27 finalistas
A organização do concurso e as 18 províncias de Angola fizeram um levantamento de 400 pontos de beleza natural. Dessa lista serão selecionados 27 finalistas e, para a realização desta tarefa, foi formado um conselho científico, constituído por especialistas no conhecimento do território, ligados aos ministérios da cultura, do ambiente, do ordenamento do território, da geologia e minas e do turismo.
A partir do dia 17 de julho, a lista de 27 finalistas vai ser submetida à votação do público, fase que termina a 7 de outubro. Os resultados serão revelados no dia 12 do mesmo mês, numa gala a ter lugar na baía de Luanda, na capital do país.
Jovens têm um papel "determinante"
À DW África, o presidente da National 7 Wonders assevera que o papel dos jovens vai ser "determinante" para o sucesso da iniciativa. Luís Segadães adianta também que o canal de votação vai ser apenas via mensagem escrita (SMS), porque o acesso à Internet em Angola "ainda não é totalmente inclusivo", ou seja, não chega a toda a população.
"Existem mais de dez milhões de telemóveis em Angola e, se tivermos em conta os dados referente à penetração demográfica, a maioria estará, obviamente, concentrada na população jovem", indica o responsável.
Luís Segadães adianta que estão a ser feitas negociações com as operadoras de telemóvel angolanas, para se estabelecer um preço a pagar por quem queira votar e participar na escolha das 7 Maravilhas Naturais de Angola. Cada pessoa vai poder votar sete vezes, um voto para cada uma das sete categorias do concurso.
Os angolanos e o seu património cultural
E qual será a relação dos angolanos para com as riquezas e património naturais do país? "Angola está num processo de desenvolvimento e a paz e a estabilidade vividas são algo recente, daí que, no contexto das maravilhas da natureza que o país tem, sejam razoavelmente desconhecidas da maioria dos angolanos", considera Luís Segadães.
Deste modo, o presidente da National 7 Wonders acha que os angolanos "adoram" aquilo que "têm perto de si", mas "há um grande desconhecimento". "Uma das nossas missões é dar este património a conhecer", enaltece.
Já a porta-voz das 7 Maravilhas Naturais de Angola, Patrícia Pacheco, afirma que o concurso pretende "aproximar" os angolanos da sua cultura e "divulgar as riquezas naturais", com o objetivo de "aumentar a consciência de preservação".
Divulgação do património junto dos jovens é "fundamental"
O presidente da National 7 Wonders considera que a preservação do património está no "topo das prioridades" dos jovens angolanos. Luís Segadães refere que a participação deste grupo da sociedade é "fundamental". "Se nós não cumprirmos a missão de conseguir fazer esta divulgação também junto dos jovens, eu diria que teremos falhado no nosso objetivo", garante.
O presidente da National 7 Wonders assevera que "se não houver respeito por estes lugares, não serão preservados". "Se as pessoas visitarem uma falésia maravilhosa e continuarem a deixar a lata do refrigerante, o saco e o pacote das batatas fritas e se aquilo for um amontoado de lixo, como acontece em muitos lugares pelo mundo fora, aquele local não tem condições para ser preservado e para ser visto como uma maravilha", complementa.
O âmbito da fundação criadora da iniciativa
A fundação New 7 Wonders tem sede em Zurique, na Suíça, e foi criada pelo suíço Bernard Weber para eleger as 7 Maravilhas do Mundo. À DW África, Luís Segadães afirma que esta é uma fundação "sem fins lucrativos" que licenciou a empresa National 7 Wonders para realizar o evento.
"A fundação em si não tem capacidade de atuar no terreno para organizar uma iniciativa de este âmbito. Portanto, a gestão de todo esse processo é complexa e é uma organização, como a nossa, que consegue aplicar na prática, não só o seu conhecimento na execução de um projeto deste género, como, sobretudo, angariar todos os apoios financeiros capazes de fazer com que esta iniciativa exista", conta.
Os organizadores adiantam ainda à DW África que querem criar no futuro um concurso das 7 Maravilhas de África.