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Ceticismo quanto à presença da Frente Unida nas eleições

Nelson Camuto (Malanje)
3 de janeiro de 2022

Membros da sociedade civil nas províncias angolanas do Uíge, Kwanza Norte e Malanje estão céticos quanto às forças da Frente Patriótica Unida (FPU) para avançar nas eleições gerais deste ano no país.

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Angola Oppositionspartei FPU
Foto: Borralho Ndomba/DW

Além do silêncio do Tribunal Constitucional sobre a validade do Congresso da UNITA - realizado em dezembro do ano passado e que elegeu Adalberto Costa Júnior à liderança do maior partido da oposição -, também a proximidade das eleições gerais em Angola estão a  deixar cética a sociedade civil sobre o sucesso da Frente Patriótica Unida (FPU).

”O tribunal ainda não se pronunciou se o congresso da UNITA é legal ou não, se a reeleição de Adalberto Costa Júnior é legal ou não. Ele tem pouco tempo para se preparar, tanto na UNITA como presidente do partido como também enquanto presidente da FPU”, explica o padre Dionísio Mukiji, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de Malanje.

O sacerdote considera que a presença de Abel Chivukuvuku e Adalberto Costa Júnior na corrida eleitoral incomoda os dirigentes do MPLA, há 46  anos no poder. Dionísio recorre ao que se sucedeu com os dois candidatos no passado: "Eu já previa que o cenário não favorecia o Presidente da República nem o MPLA por causa do contexto da crise, pandemia e toda a má governação. Havendo esses dois candidatos, Adalberto com tanta fervura e com muita potencialidade politica, e Abel Chivukuvuku, claramente o Presidente da República não tinha como respirar”.

Angola Vater Dionísio Mukiji, President of the Human Rights Commission of the Archdiocese of Malanje
Padre Dionísio Mukiji, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de MalanjeFoto: Camuto, Nelson/ DW

FPU pode desaparecer?

Já no Uíge, o comentarista político Joaquim Ernesto aponta o dedo aos tribunais pelo fracasso de muitas forças políticas que emergiram e desapareceram em Angola. Ernesto teme que o mesmo possa vir a acontecer com  a Frente Patriótica Unida, que junta a UNITA, Bloco Democrático e o projeto PRA-JA Servir Angola.

"Quando falo de ativismo judicial, parto do princípio de que os tribunais tomam decisões por motivações politicas para então defender o interesse de uma parte e prejudicar a outra”, entende.

Mas há também quem acredite que a FPU conseguirá avançar. O jornalista da Rádio Ecclésia no Kwanza Norte, Pedro Timóteo, acredita que a UNITA ganha um novo impulso dentro da Frente Patriótica Unida e vai fazer diferença nas eleições deste ano. 

O jornalista afirma que "é de resto a UNITA que sai reforçada com esta Frente Patriótica Unida, porque quer os militantes do Bloco Democrático e quer aqueles que se subscreveram no projeto PRA-JÁ Servir Angola vão endossar a UNITA nas eleições deste ano”.

A Frente Patriótica Unida (FPU) foi relançada a 23 de dezembro passado.

Há democracia interna na UNITA?

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