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Angola prepara-se para o primeiro censo geral desde a independência

António Carlos Moura (Luanda)7 de maio de 2014

Angola vai ter, este mês de maio , o primeiro censo geral de população e habitação desde 1975. As estimativas atuais apontam para um país com 21 milhões de habitantes. Processo vai custar 50 milhões de dólares.

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Foto: DW/R. Krieger

Os últimos dados sobre a população angolana residente no país datam de 1970, altura em que se estimou viverem cerca de seis milhões de habitantes neste país da costa ocidental africana.

Quarenta e quatro anos depois, Angola prepara-se para lançar um processo à escala nacional que vai permitir “tirar a fotografia” ao número de habitantes e às condições de vida do país.

O censos começou a ser montado há quatro anos e arranca a 16 de maio deste ano, durante 15 dias. As autoridades do país estimam que com o recenseamento da população possam ter uma nova visão sobre as necessidades, assim como sobre as infraestruturas em falta. O processo vai ainda contabilizar o número as profissões e o regime de vínculo dos angolanos às empresas.

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Ainda há cidadãos que não sabem que o processo sai para a rua este mêsFoto: DW/C. Vieira

Cidadãos pouco informados

Maria Gonçalves e Marília Almeida são apenas duas cidadãs que estão a par do recenseamento demográfico e têm palpites sobre a importância do mesmo: “os censos são importantes porque permitem distribuir melhor os recursos naturais” e porque “sabemos quantos profissionais temos em termos de áreas de formação, assim como o número de professores, mulheres, homens, crianças, idosos”.

Porém, a poucos dias do início do processo, há também quem não esteja informado sobre o que se vai passar. “Não sei, nem tenho informações sobre isso”, comentou uma transeunte de Luanda, que preferiu não dar o nome.

O país deverá beneficiar dos dados que forem recolhidos, na medida em que poderão ser usados para gizar novos programas e estratégias governamentais para melhorar a qualidade de vida dos angolanos.

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Segundo dados do Governo, o processo vai custar aos cofres do Estado mais de 50 milhões de dólares.

INE está a formar técnicos

O diretor-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), Camilo Ceita, acredita que quem tem acesso à comunicação social vai estar envolvido no ato censitário.

“Podemos afirmar que toda a população de Angola que tem acesso a televisão, rádio e jornais já ouviu, pelo menos, falar sobre o que é o censos”, comenta.

Nesta altura decorrem por todo o país várias formações a candidatos a recenseadores.

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Angola vai ter 71 281 profissionais nas ruas das 18 províncias do paísFoto: picture-alliance/dpa

“Vamos formar 91 mil recenseadores e supervisores e destes vamos escolher 71 281 profissionais. Quando acabarmos a formação, vamos fazer escolhas começando por aqueles que tiveram notas melhores”, explica Camilo Ceita.

Estima-se que a atual população de Angola seja de 21 milhões de habitantes, mas os números só poderão ser confirmados com os resultados do processo, que devem ser conhecidos alguns meses depois do fim do censos.