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Angola: Oposição critica discurso de JLo no Parlamento

15 de outubro de 2021

Partidos da oposição angolana criticaram duramente o último discurso de João Lourenço no Parlamento no seu primeiro mandato como PR. Para a UNITA, a governação "desastrosa" de JLo trouxe mais indicadores negativos.

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Foto de arquivo Foto: UNITA

Os partidos da oposição de Angola com assento na Assembleia da República reagiram à mensagem que o Presidente João Lourenço apresentou esta sexta-feira (15.10) ao país, durante o discurso sobre o Estado da Nação, que marcou a abertura do ano parlamentar.

Para o secretário do Partido de Renovação Social (PRS) no Huambo, "o Presidente não apresentou a sua visão sobre o país que queremos". Soliya Selende disse que João Lourenço ignorou o caso da liberdade de imprensa e nem disse como pretende combater a fome, que continua a matar em Angola.

"Infelizmente, é o seu último discurso, e acreditamos que daquilo que é balanço da sua governação, não será capaz de governar outra vez, porque o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] está de banca rota e nós estamos a acompanhar atenciosamente", afirmou.

"Sem novidades"

Mesmo com JLO, angolanos não acreditam no fim da corrupção

Por seu turno, o presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes, disse que não houve novidade no discurso de João Lourenço, o que, na sua opinião, prova que os angolanos vão continuar a sofrer.

"O nosso entendimento é que a Covid-19 foi um dos elementos, mas não é a culpada de todo o mal, porque isto decorre de erros de execução e de estratégias governativas", critica Fernandes.

Segundo a deputada da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) Navita Ngolo, a governação "desastrosa" de João Lourenço trouxe mais indicadores de empobrecimento.

Falando no Parlamento, Ngolo criticou: "Senhor Presidente João Lourenço, a sua governação desastrosa trouxe mais fome, mais mendicidade, mais roubo, mais rebeldia. Numa palavra só, podemos dizer, trouxe mais sofrimento ao povo angolano".

Último discurso

Este foi o último discurso de João Lourenço na Assembleia Nacional no seu primeiro mandato como Presidente da República. Durante a abertura do ano parlamentar na Assembleia Nacional, o chefe de Estado angolano afirmou que o seu Executivo continua a trabalhar para a promoção da boa governação e da democracia. E deixou um aviso:

"Não há esconderijo seguro para os bens de pessoas que os adquiriram lesando profundamente o erário público. A justiça angolana tudo fará para recuperar os recursos do Estado que tenham sido desviados, sejam quais forem as figuras singulares ou coletivas envolvidas".

Angola Mitglied der UNITA Nativa Ngolo
Navita Ngolo: Governação de JLo "trouxe mais sofrimento ao povo angolano"Foto: Borralho Ndomba/DW

Reduzir a taxa da pobreza e o desemprego nas famílias angolanas continua a ser a meta da governação, segundo João Lourenço, que reconheceu: "Temos a perfeita consciência de que como o resultado da pandemia de Covid-19, a pobreza aumentou no nosso país. Muitas empresas encerraram a sua atividade, o desemprego aumentou e muitas famílias ficaram sem rendimentos".

Preços dos alimentos

Sobre o preço dos produtos alimentares, que continua em alta, João Lourenço afirmou que no Orçamento Geral do Estado de 2022 estará inserida a proposta de redução significativa da taxa do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) para alguns produtos, com vista a reduzir os preços.

João Lourenço defendeu ainda que o desenvolvimento e o combate às assimetrias em Angola passam pela aceitação da divisão político-administrativa.

"O importante é reconhecermos, para além de outros aspetos, a necessidade de se alterar a atual divisão político-administrativa e se implantarem as autarquias locais sem que um empate o outro. Isto não é um projeto imediatista de curto prazo com fins eleitoralistas a ser realizada até as eleições do próximo ano. Ele se enquadra na visão de futuro deste Executivo para um horizonte temporal mais amplo", garantiu o chefe de Estado.

João Lourenço também reconheceu o retorno do garimpo ilegal de diamantes no leste e sul do país, bem como o contrabando de combustível, cujo combate está integrado na Operação Transparência. E também manifestou preocupação com a onda crescente de criminalidade no país.

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