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Angola fecha fronteiras e OMS avança acordo contra pandemias

com agências
1 de dezembro de 2021

Angola suspendeu, a partir desta quarta-feira, os voos com sete países africanos para evitar a propagação da variante Ómicron do vírus causador da Covid-19. A OMS avança acordo para prevenir futuras pandemias.

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Foto: Denis Farrell/AP/dpa/picture alliance

A decisão do Executivo angolano de suspender os voos provenientes de sete países de África entrou em vigor esta quarta-feira (01.12). A medida para conter a disseminação da variante Ómicron restringe a entrada de cidadãos provenientes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Malawi, Moçambique, Namíbia e Zimbabué, por qualquer via.

As restrições impostas por Angola foram criticadas pelo Presidente sul-africano. Cyril Ramaphosa lamentou que alguns países africanos, incluindo Angola e o Ruanda, tenham seguido as medidas dos países ocidentais de suspender as ligações aéreas com os países da África Austral.

Ramaphosa disse que estes países estão a agir como antigos colonizadores, ao tomar decisões sem qualquer justificação científica. "Precisamos de resistir a restrições de viagem injustificadas e não científicas que apenas servem para prejudicar ainda mais os países em desenvolvimento. Prejudicam os setores das economias que dependem das viagens de pessoas em todo o mundo", afirmou.

O Presidente da África do Sul, que inicia, em breve, uma visita de trabalho à Nigéria, Gana, Costa do Marfim e ao Senegal, foi secundado pelo seu homólogo senegalês, Macky Sall, que se solidarizou com Pretória.

"A África não fechará as suas portas à África do Sul e nem à África Austral. É verdade que teremos de continuar a proteger-nos, continuar a aplicar barreiras protetoras, mas as fronteiras não devem ser fechadas a um país como a África do Sul. A nossa solidariedade está garantida", disse Sall.

OMS lança acordo de combate a pandemias

OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMSFoto: Fabrice Coffrini/REUTERS

Os 194 membros da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançaram esta quarta-feira (01.12) um processo de negociação com o objetivo de chegar a um acordo internacional para melhor prevenir e combater uma próxima pandemia. A decisão foi adotada por unanimidade após uma reunião excecional de três dias da Assembleia Mundial da Saúde, o órgão máximo de decisão da OMS.

O texto foi proposto por dezenas de países, incluindo a União Europeia e dos Estados Unidos da América. A partir de agora, os membros da OMS terão que trabalhar no desenvolvimento desse articulado legal e decidir se esse instrumento internacional será vinculativo - como um tratado - ou não. Alguns países, incluindo os Estados Unidos, já expressaram a sua relutância à ideia de um tratado.

Sobre a Ómicron, a OMS considera que a proibição de viagens internacionais não impede a propagação da variante e que limitar os voos é um erro que penaliza mais os países africanos o restante mundo.   

Confusão nos aeroportos

Com a decisão de Angola de suspender os voos a sete países da África Austral, muitos cidadãos tentam regressar ou ser ressarcidos de voos já marcados, lançando o caos nas agências de viagens.

"Todos os moçambicanos têm uma história para contar"

"Há muita confusão. Nós percebemos os dois lados, os clientes têm as suas viagens marcadas, têm as suas consultas, há pessoas que não veem os seus parentes há mais de um ano, mas também (percebemos) o lado das companhias aéreas porque ninguém estava à espera", disse a passageira Jéssica Londa, em entrevista à agência de notícias Lusa.

Alarmados com a suspensão de voos, muitos passageiros tentaram antecipar as viagens ou alterar as suas rotas. A sua agência de viagem tem tentado dar resposta, mas Jéssica Londa admite que não está fácil, até porque as companhias não conseguem responder tão rapidamente como seria desejável.

Casos suspeitos em Moçambique

Por ser vizinho da África do Sul, Moçambique acabou por entrar na lista dos países cujos voos foram cancelados. As autoridades moçambicanas ainda não detetaram nenhum caso da nova variante, mas estão a investigar dois casos suspeitos, anunciou Armindo Tiago, ministro da Saúde de Moçambique.

"Como parte do nosso programa de vigilância, estamos a testar o arquivo de amostras positivas do mês de novembro" e foi "a partir desta investigação, usando a técnica de PCR, que encontrámos dois casos suspeitos de infeção pela variante Ómicron", explicou.

Um caso foi registado na província de Inhambane e outro na cidade de Maputo. O ministro da Saúde disse que Moçambique está a intensificar a vigilância nas fronteiras e a acelerar a vacinação.

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