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Angola: Enfermeiros reclamam contra condições de trabalho

Adolfo Guerra (Menongue)
12 de maio de 2022

O Dia Internacional do Enfermeiro, que se celebra esta quinta-feira, 12 de maio, foi ensejo em Angola para um apelo para melhores condições de trabalho e o respeito pela dignidade dos profissionais de saúde.

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Centro de Saúde Materno-Infantil em Menongue
Foto: Adolfo Guerra/DW

As celebrações do Dia Internacional do Enfermeiro no país decorrem sob o lema: "Uma força de mudança para a melhoria da robustez do sistema de saúde de Angola".

Mas muitos profissionais do setor queixam-se da falta de condições e pedem respeito pela sua prestação e empenho.

Sem água para lavar as mãos

Rosária Angalo, enfermeira do hospital municipal de Menongue, confirma que as condições de trabalho e para os pacientes nos hospitais não são as melhores.

"Quando cai chuva, tem sido um grande problema. Aproveitando a data, como enfermeira, peço ao governador que intervenha nas instalações", disse Angalo.

Nataniel Segunda, que trabalha como segurança no hospital municipal do Cuchi, diz que, naquela unidade sanitária, a 90 quilómetros de Menongue, falta quase tudo o que é essencial, inclusive água. "Se formos às casas de banho, não há baldes de água. Não há condições mínimas normais para, pelo menos, lavar as mãos."

Formação de enfermeiros em Menongue
Os enfermeiros em Menongue, na imagem durante uma formação, queixam-se das condições de trabalho Foto: Adolfo Guerra/DW

Autoridades reconhecem dificuldades

Numa visita recente realizada ao município do Cuchi, o governador do Cuando Cubango, José Martins, reconheceu as dificuldades e enalteceu a bravura dos enfermeiros, garantindo soluções.

"Pelo que vimos e constatámos, saímos daqui com boas impressões. Em termos de higiene, o hospital está bom; em termos de serviço, também está bom. Médicos e medicamentos estão à medida, apesar de alguns detalhes que devem ser aprimorados; são fatores que não dependem muito da visão ou da gestão da unidade, dependem da disponibilidade dos recursos financeiros. Por isso, os profissionais estão aqui com boa disposição, com toda a entrega, a trabalhar para o bem das nossas populações."

Reivindicações justificadas

Martins Augusto, do Sindicato dos Enfermeiros, exige, de forma urgente, a resolução dos problemas dos profissionais do setor, ao nível da formação, salário, subsídios e segurança social.

"A situação social e económica apresenta uma degradação sem precedentes", denuncia o sindicalista. Acresce a deterioração das condições de trabalho: "Os enfermeiros continuam a dar o seu melhor, mas constata-se um grande distanciamento da sua dignidade laboral", remata.

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