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EducaçãoAngola

Encarregados de educação protestam contra falta de vagas

17 de agosto de 2021

Encarregados de educação saíram às ruas de Ndalatando para protestar contra a falta de vagas escolares para os filhos. As autoridades têm "fé" que a situação vai melhorar com os esforços do Governo.

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Schüler an einer Schule in Luanda Afrika
Alunos numa escola de Luanda (foto ilustratva)Foto: DW/B. Ndomba

falta de vagas nas escolas públicas do ensino primário e secundário da cidade de Ndalatando, província angolana do Kwanza Norte, motivou no princípio da tarde desta segunda feira (16.08) protestos dos encarregados de educação. Na sua maioria eram mulheres que tencionava matricular os seus filhos, mas viram os seus objetivos frustrados devido a falta de vagas.

A marcha espontânea teve um percurso de mais de um quilómetro, que começou na escola primária número 8, no bairro Tiro aos Pratos, e percorreu várias ruas da cidade, passando pelo palácio do governador provincial e terminou em frente ao gabinete provincial da educação, onde protestaram por mais de duas horas.

A manifestação acontece dias depois de o instituto técnico de saúde de Ndalatando, Arminda Faria, ter também registado um alvoroço dos candidatos a unidade escolar, que tomaram de assalto o interior da escola. A ação culminou com a agressão física do seu diretor geral, Manize Kutesama, e com a morte de uma candidata.

As exigências

Face à exiguidade das vagas e para garantir o maior grau de lisura, as escolas da província apostaram numa nova filosofia de trabalho que é a da aleatoriedade por meio da rifa.

Vitória Augusto, uma das manifestantes, em declarações à DW África questionou o Governo nos seguintes moldes: "Matricular os nossos bebés, por já terem seis anos, que podiam frequentar no ano passado a iniciação e não foi possível devido a Covid-19, só me resta saber porque o Ministério da Educação está a trabalhar nestas condições.”

Angola PIIM Kwanza Norte
Um projeto de construção de escola no Cuanza norteFoto: António Domingos/DW

Já Restino António defende que o Governo reveja os requisitos de matrícula: "O que nós queremos concretamente é que o Governo tire essa lei de rifar, porque teremos muitos filhos fora do ensino. A população está muito aflita”

Manuel Joaquim Domingos "Militão” que é o subdiretor administrativo do complexo escolar Augusto Ngangula, diz serem legítimas as reivindicações dos encarregados de educação.

A instituição sob sua gestão disponibilizou para este ano letivo apenas 135 vagas para iniciação, o equivalente a três turmas, um número risonho que não satisfaz a demanda, segundo o gestor escolar.

"É legítima esta informações tendo em conta o número de vagas que as escolas disponibilizaram para a população. Esse é um problema genérico a nível de Angola, não é só aqui na cidade de Ndalatando", reconhece Domingos. 

Mas esperançoso afirma: "Temos fé que paulatinamente com os esforços do próprio Executivo vamos melhorando a cada ano que passa. Nesta altura vamos vendo aí algumas obras com reforço, por exemplo do PIIM [Plano Integrado de Intervenção nos Municípios], concluídas. [Isso] pode vir a diminuir esse problema a nível da nossa cidade”.

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