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Angola contribuirá para fundo contra a fome em África

Belincanta, Rafael18 de fevereiro de 2013

O Governo angolano poderá ajudar financeiramente o continente africano no combate à fome. Angola também deu passos significativos para acabar com a má nutrição, e por isso será homenageado pela FAO ainda este ano.

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Ao mesmo tempo em que Angola não só atinge, mas vai além, da Meta do Milênio de reduzir para a metade a fome no país até 2015, a insegurança alimentar ainda é aguda em algumas regiões, como em Gambos, província da Huíla, no sul do país.

Um contraste, tal como os números da fome em Angola que, entre 1992 e 2012, viu a quantidade de desnutridos entre a população total cair de 64% para 27%.

Recentemente o diretor da Organização para a Agricultura e Alimentação das
Nações Unidas (FAO), José Graziano da Silva, visitou Angola, algo que não fazia desde 2004, quando era Ministro da Segurança Alimentar e Combate à Fome do ex-Presidente brasileiro Lula da Silva.

Em Luanda, Graziano percebeu uma evolução positiva na infraestrutura da capital: "Quando estivemos lá havia montanhas de lixo acumuladas nas estradas e ruas. Hoje tem um sistema de água tratada, de esgoto sanitário e de energia elétrica em todo país que assegura uma vida normal às pessoas."

Desminagem, um grande passo

O diretor da FAO constatou avanços também na sua área de trabalho: "Nas zonas rurais já não se enfrenta mais o problema das áreas minadas que não permitiam o cultivo. Hoje o país está a crescer no que diz respeito a produção agrícola."

Atualmente, a FAO mantém investimentos de aproximadamente 20 milhões de dólares para o desenvolvimento da agricultura e manutenção da segurança alimentar em Angola.

Graziano regressou a Roma com a certeza de que Angola retribuirá os investimentos feitos pela comunidade internacional, ao lado da Guiné Equatorial, que já depositou 30 milhões de dólares para o Fundo de Solidariedade para a África, criado no ano passado.

O contributo de Luanda, apesar das dificuldades

Angola deve anunciar em breve uma contribuição semelhante, como dá a entender o diretor da FAO: "O Presidente José Eduardo dos Santos não é de muita conversa. Tive o privilégio de encontrá-lo pela segunda vez . Desta vez, realmente foi considerada uma demonstração do seu compromisso com a FAO e da luta contra a fome em África."

Questionado sobre os contrastes na sociedade angolana, Graziano reconhece que muito ainda deve ser feito para que a fome seja erradicada e as diferenças sociais sejam atenuadas.

Mas afirma que Angola está no caminho certo: "Todo pais que passou fome tem um sentimento de solidariedade muito forte e Angola está entre estes países assim como o Brasil, hipotecando essa solidariedade através de recursos e cooperação técnica."

Responsabilidades partilhadas

E ainda durante a visita de Graziano Ramos a Angola um acordo foi assinado entre a FAO e o Governo, que vai de 2013 a 2017. O acordo abrange três áreas: o aumento da produtividade e a produção de alimentos por parte de pequenos produtores, o manejo sustentável dos recursos naturais e a criação de meios de resistência da população rural no impacto das calamidades naturais.

Segundo o diretor-geral da organização onusiana, dois dos três pontos são de responsabilidade do ministério do Ambiente e juntamente com a FAO, o organismo estatal angolano vai organizar um seminário internacional com o objetivo de promover a economia verde em Angola.

O país vai ser homenageada pela FAO, em junho próximo, por ter reduzido para metade a proporção de pessoas subnutridas, cumprindo assim a primeira meta dos objetivos de desenvolvimento do milénio da ONU.


Autor: Rafael Belincanta (Roma) / Lusa
Edição: Nádia Issufo / António Rocha