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O canal estava suspenso em Angola desde abril do ano passado devido às "inconformidades" alegadas pelo Ministério das Telecomunicações. UNITA diz que encerramento foi medida "política e revanchista".
A notícia foi avançada pelo portal PlatinaLine, segundo o qual os trabalhadores foram demitidos devido ao longo tempo de inoperância do canal em território nacional, já que se mantinha apenas a emissão em Portugal e em Moçambique.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da ZAP disse não ter informações para dar.
Este é o segundo canal angolano a fechar portas na sequência da decisão do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, que obrigou a suspender os canais alegando "inconformidades", depois da Vida TV, que pôs fim às suas atividades em julho de 2021, deixando no desemprego mais de 300 profissionais.
Artistas e figuras públicas angolanas expressaram, entretanto, a sua solidariedade e lamentaram o fecho do canal, tal como a empresária Isabel dos Santos, detentora da operadora de telecomunicações ZAP, cujas participações sociais foram arrestadas em dezembro de 2019, a pedido do tribunal provincial de Luanda.
Na sua conta do Instagram, Isabel dos Santos exprimiu "carinho e admiração" pelos colegas da ZAP e disse estar "de coração partido", manifestando a esperança de "voltar um dia".
Os trabalhadores da ZAP Viva fizeram, na terça-feira, uma oração de agradecimento que circulou nas redes sociais pela oportunidade de trabalho e sustento das famílias nos últimos nove meses.
Em setembro do ano passado, a operadora angolana tinha já anunciado um processo gradual de despedimentos na sequência da suspensão do canal ZAP Viva, afirmando estar a levar a cabo "as necessárias diligências para a retoma da emissão em território nacional" apesar de "não se vislumbrar um horizonte temporal de resolução".
Sem mencionar quantos postos de trabalho estão em causa, a ZAP referia, na altura, estar a "proceder a várias medidas de otimização de diferentes áreas operacionais", entre as quais consta os recursos humanos afetos à Unidade ZAP Estúdios, responsável pela produção de conteúdos de televisão, onde se inclui o ZAP Viva.
Também o maior partido da oposição angolana se solidarizou com os trabalhadores afetados pelo encerramento do canal ZAP Viva e considerou que a medida que levou a este desfecho foi "política e revanchista".
Segundo o Secretariado da Comunicação e Marketing da UNITA, a medida de encerramento do Canal ZAP Viva "é fundamentalmente política e revanchista" e o Governo está a estimular com um ato "desproporcional" as dificuldades das famílias.
"Num contexto de extremas dificuldades vividas pelas famílias angolanas, agravadas pela incapacidade de o executivo corporizar medidas económicas e sociais, tendentes a minimizar o sofrimento das populações e dos trabalhadores, o Governo estimula por ato negligente, desproporcional, de má-fé e falta de solidariedade para com os trabalhadores e seus dependentes, o agravamento da já difícil situação das famílias", lamenta o partido.