1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Angela Merkel poderá voltar a fazer história

Daniel Pelz | Volker Wagener | gs
18 de setembro de 2017

A chanceler alemã está bem posicionada para um eventual quarto mandato. Foi a primeira mulher a ascender ao cargo mais alto da política alemã e tornou-se na primeira chanceler oriunda da antiga RDA.

https://p.dw.com/p/2kE9v
Foto: Reuters/A. Schmidt

As últimas sondagens indicam que a cabeça de lista da coligação entre a União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU) deverá obter uma vitória folgada nas eleições legislativas do próximo domingo, 24 de setembro.

Angela Merkel já tinha feito história quando foi eleita chanceler em novembro de 2005. Além de ter sido a primeira mulher a ascender ao cargo mais alto da política na Alemanha e tornou-se na primeira chanceler proveniente da antiga República Democrática Alemã (RDA).

Um percurso surpreendente para uma mulher que cresceu durante o regime de partido único.

"Que alguém como eu, uma mulher da antiga RDA, se tenha tornado chanceler da República Federal da Alemanha, é para mim, depois de 10 meses no cargo, algo normal do dia a dia, por um lado. Mas, por outro, num dia como este, é algo extraordinário. Porque é possível e porque esta é a Alemanha", recordou Angela Merkel no discurso oficial no Dia da Unidade Alemã, a 3 de outubro de 2006.

Merkel entrou "tarde" na política

Física de formação, Merkel trabalhou parte da sua vida como cientista e só se dedicou à política a partir dos 35 anos com o colapso da República Democrática Alemã, em 1989.

Helmut Kohl Festakt Berlin
Angela Merkel (à esq.) ao lado do antigo chanceler Helmut Kohl (2012)Foto: Reuters

Após a reunificação da Alemanha, em 1990, Angela Merkel foi ministra da Juventude e da Mulher e mais tarde ministra do Ambiente durante o Governo do chanceler Helmut Kohl.

Muitas pessoas chamam-na a "menina de Kohl" pelo alegado medo em assumir posições próprias e pela proximidade ao chanceler, que governou durante quatro mandatos.

Mas Angela Merkel deixou também a sua marca na política alemã. Abandonou a energia nuclear, o serviço militar obrigatório e introduziu benefícios para os pais que ficam temporariamente em casa para criar os filhos. Ideias às quais o seu próprio partido, a CDU, se opôs inicialmente, mas que, contudo, conseguiram silenciar críticas da oposição.

Depois de quase 12 anos no poder, Angela Merkel continua a ser dos políticos mais populares da Alemanha e poderá voltar a fazer história. Concorrendo a um quarto mandato, a chanceler é apontada como favorita pelas últimas sondagens.

Merkel muda rapidamente de opinião

Críticos de Merkel dizem que a sua popularidade se deve em parte à sua capacidade para mudar rapidamente de posições políticas.Por exemplo, quando assumiu o cargo de chanceler anulou a decisão do anterior executivo de encerrar centrais nucleares. Mas depois do desastre de Fukushima, no Japão, em 2011, Merkel apresentou um plano para o fim da energia nuclear.

Angela Merkel in Berlin Besuch Flüchtlingsunterkunft Registrierungszentrum Selfie mit Flüchtlingen Deutschland
Merkel deixou-se fotografar com refugiados na Alemanha (2015)Foto: picture-alliance/dpa/Bernd von Jutrczenka

Também depois do "não" inicial, Angela Merkel surpreendeu muitos alemães e os parceiros europeus, em julho de 2015, ao abrir as fronteiras a mais de 800 mil migrantes e refugiados, a maior parte vindos da Síria e do Afeganistão.

"A Alemanha é um país forte. Conseguimos já lidar com tantos desafios e vamos conseguir lidar com este. E o que quer que se atravesse no nosso caminho tem de ser superado. É isso que o Governo federal vai fazer, juntamente com estados e administrações locais", anunciou Merkel.

18.09.17 Angela Merkel porträt - OL - MP3-Mono

Críticos internos apontam que até agora os Governos de Angela Merkel não conseguiram resolver alguns problemas urgentes como a reforma do sistema de pensões, do sector da saúde e o aumento das rendas de casa nas áreas urbanas.

Mas a chanceler conseguiu estabelecer-se na cena internacional. Tem sido considerada das mulheres mais poderosas do mundo. E o jornal New York Times escreveu, no ano passado, que era dos últimos defensores do mundo liberal.

Se Angela Merkel vencer um quarto mandato, será provavelmente o último. A chanceler garantiu que governaria os quatro anos, descartando a hipótese de demissão a favor de um sucessor.

Saltar a secção Mais sobre este tema