1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Abstenção e irregularidades marcam eleições em Madagáscar

bd | Priscat Rakotomalala | com agências
28 de maio de 2019

Resultados provisórios das eleições legislativas desta segunda-feira em Madagáscar, tidas como uma prova eleitoral para o Presidente Andry Rajoelina, deverão ser conhecidos até 15 de junho. Afluência às urnas foi fraca.

https://p.dw.com/p/3JHzR
Presidente Andry Rajoelina foi eleito há cinco mesesFoto: picture-alliance/AP/K. Dhanji

Cerca de 10 milhões de eleitores foram chamados às urnas para eleger 151 deputados, no pleito concorrido por mais de 800 candidatos. Os resultados oficiais deverão ser proclamados pelo Supremo Tribunal Constitucional o mais tardar em 2 de julho.

A votação ficou marcada pela fraca afluência às urnas. "A taxa de participação caiu, o que é uma grande desvantagem. Registaram-se também anomalias nas assembleias de voto", conta Hery Rason, do Observatório Safidy, que conta com cerca de 500 observadores eleitorais.

Segundo Rason, "em 4,3% dos distritos eleitorais, registaram-se irregularidades e houve eleitores que não foram identificados pelo sistema e não votaram. Nas primeiras horas de votação houve uma exceção: o caso de Amoron'i Mania, onde vimos uma confusão que levou ao encerramento temporário da mesa de voto. Mas também foi um problema relacionado com a organização e preparação de operações eleitorais."

Abstenção e irregularidades marcam eleições em Madagáscar

A taxa de participação, até ao final da tarde de segunda-feira (27.05), não ia além dos 25%. A fraca afluência deve-se a um desencanto com a política por parte da população, segundo afirmam vários cidadãos ouvidos nas ruas de Antananarivo.

"Há uma certa falta de interesse neste processo. Os eleitores não estão motivados para votar porque há uma má imagem dos deputados e um certo cansaço dos próprios eleitores. Não estamos muito motivados para isso, há um certo cansaço", dizem.

Prova eleitoral para Rajoelina

Estas eleições são tidas como uma prova para o Presidente Andry Rajoelina, eleito há cinco meses,  preocupado em garantir a maioria parlamentar para assegurar a estabilidade governativa nos próximos cinco anos e implementar as grandes reformas prometidas ao povo de um dos países mais pobres da África Austral.

No terreno, Rajoelina enfrenta uma acesa disputa política com o seu principal rival, Marc Ravalomanana, antigo chefe de Estado. Segundo a Constituição da República, o grupo de partidos que conseguir a maioria parlamentar deverá propor o nome do primeiro-ministro, que será nomeado pelo Presidente.

Nas ruas do país, a sensação é que estas eleições devem definir o futuro de Madagáscar. "Esta eleição é muito importante para o povo malgaxe. Por isso, decidi participar no processo. O interesse do povo é que os malgaxes expressem nas urnas quem querem ver representá-los e defender seus interesses", explica um eleitor.

Após cumprir o seu direito de voto no distrito de Antananarivo, o chefe de Estado disse esperar consolidar o seu sucesso e conquistar a maioria parlamentar para combater a corrupção e tirar da pobreza cerca de 25 milhões de malgaxes.

Por seu lado, Marc Ravalomanana, que votou em Faravohitra, outro distrito da capital, disse que "as pessoas estão menos entusiasmadas para ir votar por causa das fraudes que já foram observadas nas eleições anteriores". Pediu, por isso, a "denúncia de todas as fraudes".