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No ano em que a União Africana celebra 50 anos, África é festejada como grande promessa para os investidores: em muitos dos seus países, a economia deverá crescer 7% este ano. Mas o boom é apenas parte da realidade.
Dois em cada três africanos têm um telemóvel ou um smartphone. O poder de compra no continente sobe e os mercados crescem. Há cada vez mais bilionários africanos. “África vai de vento em popa”, conclui o jornalista queniano, Anver Versi. O diretor do African Business Magazine, publicado na capital britânica, Londres, acredita que existem “boas razões para considerar África o mais importante mercado de crescimento dos próximos 50 anos”.
O continente possui não só matéria-primas como também recursos humanos, daí que este seja atualmente “o sítio mais atrativo para investimentos”, diz o especialista em economia. “Os chineses já o reconheceram há uma dúzia de anos. Chegou a altura para as empresas alemãs e europeias acordarem também".
Exportação: o que alimenta e o que enfraquece o crescimento africano
Na conferência da Cidade do Cabo, Kofi Annan alertou para o facto de "a corrupção e a fuga ao fisco estarem a deixar África exangue"
O continente depende do comércio externo, advertem ainda o Fundo Monetário Internacional, FMI, e o Banco Mundial. Na Conferência Internacional de Economia, realizada recentemente na Cidade do Cabo, África do Sul, o ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, exigiu dos países industrializados normas mais rigorosas no comércio de matérias primas com África.
“África vai bem”
Segundo Strive Masiyiwa, fundador da empresa de telecomunicações "Econet Wireless", que tem filiais em 17 países do mundo, “África vai bem”. O empresário zimbabueano acredita que se tenham feito “grandes progressos”, sobretudo nos últimos vinte anos, “mas se quisermos ter mais crescimento e trabalho para os jovens”, adverte, “a riqueza tem de ser mais bem repartida, há que acelerar as reformas e temos de nos tornar mais transparentes e menos burocráticos".
Os países africanos hoje considerados exemplares, como Cabo Verde, as Ilhas Maurícias, as Seychelles, o Botsuana, o Gana e a África do Sul, já procederam a essas reformas, diz Robert Kappel. Contudo, um quarto dos países africanos é, de acordo com o investigador, “muito frágil”, sendo “constantemente abalado por golpes militares e sem qualquer dinâmica económica positiva”.