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RDC: Surto de ébola já é o maior da história do país

AP | Lusa
10 de novembro de 2018

Segundo o governo congolês, a epidemia de ébola que assola as províncias de Ituri e Kivu do Norte já ultrapassou, em número de contágios, o primeiro surto registado em 1976.

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Demokratische Republik Kongo | Ebola
Foto: Getty Images/J. Wessels

A epidemia de ébola, declarada a 1 de agosto nas províncias de Ituri e Kivu do Norte, no noroeste da República Democrática do Congo (RDC), já é a maior da história do país, no que ao número de contágios diz respeito, anunciou, este sábado (10.11), o governo.

"[Este surto] acaba de ultrapassar o da primeira epidemia registada na história [da República Democrática do Congo] em 1976 em Yambuku, na província [noroeste] do Equador. Até ao momento, houve 319 casos e 198 mortes", afirmou o ministro da Saúde congolês, Oly Ilunga Kalenga, num comunicado divulgado pela agência de notícias Efe.

Das 198 mortes registadas, explica o ministro, 163 foram vítimas confirmadas do surto de ébola e 35 são prováveis casos.

Esta é já a terceira epidemia de ébola mais mortal do país, perdendo apenas para o primeiro surto em 1976 e o terceiro declarado em 1995 no Kikwit, na qual 250 pessoas morreram. Ao todo, a RDC registou já 10 surtos da doença. "Nenhuma outra epidemia no mundo tem sido tão complexa como a que estamos a viver atualmente", afirmou Ilunga Kalenga, recordando também a rejeição, as ameaças e as agressões habitualmente enfrentadas pelas equipas médicas e humanitárias que trabalham na região. 

Kongo Impfung gegen Ebola in Mbandaka
Parte da população não está a aceitar bem a vacinação contra o vírusFoto: Getty Images/AFP/J.D. Kannah

 A forte rejeição gerada por uma grande parte da população que está a ser tratada contra o ébola, devido ao desconhecimento e medo de uma doença mortal e crenças culturais, é agravada pela instabilidade que assola estas regiões do noroeste da República Democrática do Congo.

Até à data, avançou ainda Oly Ilunga Kalenga, as autoridades conseguiram já vacinar 27 mil pessoas, cujo nível de contacto com a doença é considerado alto. Pelo menos metade destas pessoas poderia ter desenvolvido o vírus, disse o ministro.

Esta é a primeira vez que uma epidemia de ébola é declarada numa zona de conflito, onde existe uma centena de grupos armados, o que leva à deslocação contínua de centenas de milhares de pessoas que podem ter estado em contato com o vírus.

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