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Angola pede lugar permanente para África na ONU

ac / Lusa23 de setembro de 2016

Na Assembleia Geral da ONU, o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, falou sobre conflitos regionais, a crise dos refugiados e as alterações climáticas. Aproveitou ainda para reiterar uma ambição antiga.

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Foto: Reuters/E. Munoz

O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, falou esta quinta-feira (22.09) de tudo um pouco na Assembleia Geral das Nações Unidas: abordou temas como os refugiados, as alterações climáticas e os conflitos regionais, particularmente na República Centro-Africana, no Sudão do Sul, no Burundi ou na República Democrática do Congo.

No seu discurso na sessão plenária, o governante reafirmou o compromisso de Angola para com a Organização das Nações Unidas como plataforma multilateral de prevenção e resolução de conflitos. Mas, para que a ONU se torne mais eficaz, será necessário um alargamento do número de assentos permanentes e não permanentes no Conselho de Segurança, segundo Vicente. E África não deveria ficar de fora: "Reiteramos o direito do continente africano de estar representado entre os membros permanentes do Conselho de Segurança, conforme o Consenso de Ezulwini" para a reforma das Nações Unidas, acordado pela União Africana.

Esta semana, Luanda frisou às Nações Unidas que, por ocupar a presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) desde 2014, tem acumulado experiência de liderança numa organização internacional.

"Neste contexto, a República de Angola [...] tem-se empenhado na procura de soluções para os problemas que afetam a região, tanto no quadro bilateral como multilateral, bem como no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do Conselho de Paz e Segurança da União Africana", afirmou Vicente.

O vice-presidente angolano congratulou-se com a conclusão do processo de paz e eleitoral na República Centro-Africana e sublinhou que as próximas eleições presidenciais na República Democrática do Congo serão "vitais para a paz e a estabilidade" na região. O escrutínio, inicialmente marcado para novembro, deverá ser adiado. Milhares de pessoas foram para as ruas, receando que o Presidente Joseph Kabila esteja a planear manter-se no poder após o seu mandato, que termina a 20 de dezembro.

Demokratische Republik Kongo - Ausschreitungen in Kinshasa
Protestos em Kinshasa contra adiamento das eleições e contra o Presidente, Joseph KabilaFoto: Getty Images/AFP/E. Soteras

Desafios económicos

Manuel Vicente aproveitou ainda a oportunidade para apresentar Angola como um país estável do ponto de vista político e social. No plano económico, o país atravessa, no entanto, uma fase de dificuldades, admitiu Vicente, atribuindo a culpa a fatores externos.

"Os desafios são hoje maiores por causa da incerteza dos preços das matérias-primas no mercado internacional", disse Manuel Vicente. "Mas continuamos a trabalhar para reajustar os nossos planos de ação e para encontrar os caminhos do crescimento económico e proteger a melhoria de vida das nossas populações."

Antes de terminar o seu mandato no Conselho de Segurança, no final do ano, Angola participará na eleição do próximo secretário-geral da ONU, cargo para o qual concorre o português António Guterres. O Governo angolano já anunciou que apoia Guterres, mas Vicente não fez referência a esse apoio durante o discurso na Assembleia Geral.

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