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África com 196 mortes e mais de 5.700 casos de Covid-19

Lusa | Reuters | DPA | kg
1 de abril de 2020

Em todo o continente, morreram pelo menos 196 pessoas, segundo a União Africana. Burundi e Serra Leoa registam primeiros casos e Etiópia suspendeu eleições legislativas devido à pandemia. Na Guiné, há toque de recolher.

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Governo da Etiópia decidiu suspender as eleições legislativas agendadas para agostoFoto: DW/G. Tedla

O número de casos de Covid-19 no continente africano chegou a 5.786 em 48 países, segundo o último levantamento do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (CDC África), divulgado esta terça-feira (31.03). Em todo o continente, as mortes associadas à doença subiram de 173 para 196 nas últimas horas. O CDC África contabiliza ainda 412 doentes recuperados. 

O Egito ainda é o país com o maior número de contaminados, 656, seguido da Argélia, com 582 infeções. O Burundi e a Serra Leoa registaram os primeiros casos da doença. No Burundi, dois cidadãos foram diagnosticados com a Covid-19 depois de regressarem do Ruanda e de Dubai. Na Serra Leoa, um homem de 37 anos que estava no fim da sua quarentena depois de uma viagem a França foi diagnosticado com a doença.

Esta quarta-feira (01.04), o Botsuana anunciou a primeira morte pelo novo coronavírus no país, horas depois de confirmar os primeiros casos da doença. 

Lagos, na Nigéria, a maior cidade de África, iniciou o confinamento obrigatório imposto pelo Presidente Muhammadu Buhari a todos os cidadãos do país. As principais vias da metrópole, sempre com congestionamentos, estão praticamente vazias.

Na Guiné, além de declarar o estado de emergência, o Presidente guineense, Alpha Condé, determinou um toque de recolher diário a todos os cidadãos. Ninguém está autorizado a circular nas ruas depois das 21h.

O Governo da Etiópia decidiu suspender as eleições legislativas agendadas para agosto. Uma nova data vai ser anunciada quando a crise do novo coronavírus passar.

Covid-19 nos PALOP

Entre os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP), Moçambique e Guiné-Bissau concentram o maior número de infeções, com oito casos da doença cada, mas nenhum óbito. Segue-se Angola, com sete casos de Covid-19 e dois óbitos. No total, os PALOP somam 29 casos confirmados do novo coronavírus.

Moçambique entrou em estado de emergência esta quarta-feira (01.04), depois de o Parlamento aprovar por unanimidade o aumento das restrições no país para conter o avanço da Covid-19. Eventos públicos e privados estão proibidos durante pelo menos 30 dias.

Guiné-Bissau: Restrições para travar a Covid-19

Em Angola, as restrições impostas com a declaração de emergência na sexta-feira passada (27.03) vão prolongar-se até pelo menos 11 de abril. Entre segunda e terça-feira, a polícia angolana deteve 46 cidadãos por desobedecerem às regras do estado de emergência, designadamente por desrespeito da proibição de circulação ou encerramento de lojas e igrejas.

Cabo Verde, que se encontra em estado de emergência desde domingo (29.03), regista seis casos da doença e uma morte. Trabalhadores de um hotel da ilha da Boa Vista, onde foram detetados dois casos de Covid-19, vão ser testados dentro de uma semana. Os 210 funcionários encontram-se em quarentena há 13 dias

Em São Tomé e Príncipe, o Presidente Evaristo Carvalho prorrogou o estado de emergência sanitária no país por mais 15 dias, a pedido do Govern,. A declaração de emergência foi inicialmente decretado no dia 20 de março e o prazo terminava no dia 03 de abril.

No decreto, Evaristo Carvalho justifica que a pandemia do novo coronavírus "encontra-se ainda numa fase de propagação, permanecendo intactos os riscos de contágio e, consequentemente, a necessidade de reforço de consolidação das medidas de proteção e salvaguarda da população”. São Tomé e Príncipe não regista qualquer caso confirmado do novo coronavírus.

Explosão de casos nos EUA

Em todo o mundo, já são mais de 860 mil infetados e 42.354 mortos, segundo a apuração da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América, que monitoriza a evolução do novo coronavírus no mundo em tempo real. Dos casos de infeção, mais de 178 mil são considerados curados.

Os EUA são, de longe, o país do mundo com o maior número de casos registados (188.172), contabilizando nas últimas 24 horas mais 24.743 pessoas infetadas.

Esta terça-feira, o país atingiu um recorde diário de 865 mortes. O número recorde de mortes em 24 horas foi observado a 27 de março na Itália (969 mortes).

Coronavirus Italien Mailand
Número de mortes continua a aumentar em ItáliaFoto: AP

Dia mais mortal na Europa

A Europa teve ontem um dos dias mais mortais. Espanha, França e Reino Unido registaram as  taxas diárias mais altas desde o início da pandemia.

A Itália é ainda o país que concentra o maior número de mortos: são 12.428 óbitos devido por causa da Covid-19, seguindo-se a Espanha, com 8.464 mortos, e a França, com 3.523 óbitos.

Segundo a agência de notícias alemã DPA, a Alemanha regista mais de 67 mil casos da doença e 701 mortes.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

"Pior crise mundial"

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou esta terça-feira (31.03) que a pandemia é responsável pela pior crise global desde a II Guerra Mundial.

Trata-se de "uma doença que representa uma ameaça a todos no mundo", com um "impacto económico que trará uma recessão que provavelmente não tem paralelo no passado recente”, afirmou Guterres.

"A combinação desses dois fatores e o risco de contribuir para um aumento na instabilidade, na agitação e no conflito são coisas que nos fazem acreditar que esta é a crise mais desafiadora que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial", acrescentou.