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União Europeia combate mortalidade materno-infantil na Guiné-Bissau

Braima Darame (Bissau) / Lusa12 de agosto de 2014

Responsáveis de saúde e governantes guineenses dizem que programa de luta contra a mortalidade materno-infantil, financiado maioritariamente pela União Europeia, já está a dar frutos, um ano depois de ser criado.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde, a nível global, 10 países são responsáveis por 60 por cento das mortes de mães durante ou após o parto. Um deles é o Quénia. Na fotografia, mãe e filho no QuéniaFoto: Rafael Belicanta

Chama-se PIMI, Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-Infantil. Ainda é praticamente um bebé (tem um ano de idade) mas já caminha sozinho, confiante.

"Há um ano tivemos dificuldades, pois era a primeira vez que estávamos no terreno. Mas hoje é mais fácil e temos também a coragem de ir a casa das famílias e sensibilizá-las para irem ao hospital", diz Infali Biai, um dos agentes do programa.

Biai, de 42 anos, tem 50 famílias a seu cargo, mesmo nas aldeias mais remotas. Ele promove as chamadas "16 práticas" de saúde essenciais, monitoriza as famílias e encaminha-as para serviços de saúde em caso de doença.

Altas taxas de mortalidade materno-infantil

A Guiné-Bissau é um dos países do mundo onde morrem mais crianças menores de cinco anos. É também um dos países onde morrem mais mães durante ou após o parto.

Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a taxa de mortalidade materna é de 560 por 100.000 e a taxa de mortalidade infanto-juvenil na Guiné-Bissau é de 129 por 1.000 nascidos-vivos. Paludismo, diarreia e má nutrição são as principais causas da mortalidade infantil no país.

A União Europeia lançou há um ano o PIMI para garantir às mulheres grávidas e às crianças com menos de cinco anos melhor acesso a cuidados de saúde básicos nas regiões de Biombo, Cacheu, Oio e Farim, que abrangem, em conjunto, cerca de um terço da população do país.

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O PIMI possibilitou a vinda de reforços para a luta contra a mortalidade-infantil: 1.300 agentes comunitários de saúde e medicamentos gratuitos. Prevê-se também que as estruturas de saúde passem a dispor de recursos adequados à prestação de cuidados de saúde materno-infantil, nomeadamente ao nível das infra-estruturas e dos equipamentos nas salas de parto e cirurgia.

Casos de doenças diminuíram

O impacto da iniciativa, que se prolongará por mais dois anos, já é visível, conta Francisco Baldé, delegado de saúde regional adjunto para a região de Cacheu.

"Já se nota uma diferença. Os casos de paludismo diminuíram drasticamente graças ao uso dos mosquiteiros impregnados", diz o responsável. Os agentes do programa "também fazem educação para a saúde. Os casos de diarreia também já diminuíram, porque eles explicam à população como tratar a água. Além disso, agora, muitas das pessoas já têm latrinas e usam-nas."

Graças à distribuição de medicamentos gratuitos há sinais de abrandamento nos casos de paludismo e diarreias. Agora é possível atacar de imediato a doença, ao contrário do que acontecia antes, quando as pessoas eram impedidas de agir por falta de dinheiro para ir à farmácia, destaca a ministra da Saúde, Valentina Mendes.

Thema Epidemie in Guinea-Bissau
O PIMI fez com que mais pessoas se deslocassem a unidades de saúde para tratamentoFoto: DW

A União Europeia financia 80 por cento do custo total do projecto PIMI, em 8,9 milhões de euros. Os outros 20 por cento são cobertos por outros três parceiros: UNICEF, Instituto Marquês de Valle Flôr (Portugal) e Entraide Médicale Internationale (França).

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