Remake do remake: "Sete homens e um destino"
Nos anos 1960, Hollywood transformou em caubóis os samurais do clássico de Akira Kurosawa. O faroeste volta agora aos cinemas com nova roupagem e com Denzel Washington como líder do famoso grupo de pistoleiros.
Pistoleiros multiculturais
"Sete homens e um destino" chega como politicamente correto. No filme de 1960, os sete pistoleiros contratados para proteger um vilarejo de um grupo de bandidos são todos brancos – com exceção de um, que é meio índio. O longa de 2016 apresenta uma milícia multicultural de caubóis, que inclui um mexicano e asiáticos. O líder é negro (Denzel Washington), e o vilão, um empresário branco.
Samurais viram caubóis
O filme pode ser considerado o remake do remake. Em 1960, John Sturges já havia transformado em caubóis os heróis do clássico de Akira Kurosawa "Os sete samurais" (1964), um dos filmes mais influentes da história do cinema. No clássico de faroeste, o protagonista era o russo Yul Brynner, num elenco internacional que tinha também o alemão Horst Buchholz como o jovem pistoleiro Chico.
Cenário diferente, mesma trama
O clássico de 1954 se passa no século 16. Mas a trama é a mesma da filmada nos desertos americanos por John Sturges nos anos 1960 e, agora, por Antoine Fuqua: um vilarejo de pessoas simples, acossado por bandidos, é salvo por um grupo de sete homens.
Denzel Washington
Refilmagens fazem parte da história do cinema. No gênero faroeste, são vários os remakes – e muitos, segundo a crítica, melhores que os originais. A receita se repete: uma produção bem sucedida no passado ganha nova roupagem, com uso de tecnologias atuais e atores com maior apelo entre jovens. É o caso de Denzel Washington.
Direção de Antoine Fuqua
O diretor Antoine Fuqua construiu sua carreira em Hollywood com o gênero ação. São deles filmes como "Atirador" (2007), estrelado por Mark Wahlberg, e "Dia de treinamento", que também tem Denzel Washington no papel principal. Antes, o cineasta dirigia clipes para artistas como Prince e Stevie Wonder.
Resgate do faroeste
Quando John Sturges refilmou o clássico de Akira Kurosawa, o faroeste já começava a entrar em declínio – mas cineastas jamais abandonaram totalmente o gênero. A atual refilmagem de "Sete homens e um destino", ao lado de filmes como "Bravura Indômita" (2010) e "Os oito odiados" (2015), mostram que o faroeste segue vivo.
Influência de Kurosawa
Já se passaram mais de seis décadas desde o clássico de Kurosawa, mas o filme continua influente. "Kurosowa é o sensei, o Shakespeare do cinema. Quando eu li o roteiro para o filme atual, vi que a verdadeira essência, a base da história dele, ainda estava lá", contou Antoine Fuqua em entrevista recente.