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Luanda

Pedro Borralho Ndomba (Luanda)12 de maio de 2015

Em Luanda, "candongueiros" e cidadãos divergem quanto ao aumento do preço das corridas de táxi. Taxistas querem alterar o preço do meio de transporte mais utilizado no país, devido a subida dos preços dos combustíveis.

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"Candongueiros", o transporte coletivo de passageiros em AngolaFoto: DW/P. B. Ndomba

A alteração do preço nos "candongueiros" – nome pelo qual é conhecido o transporte informal público em Angola – continua a ser tema de conversa entre a população de Luanda.

Os clientes têm estado a pagar a tarifa oficial de 100 kwanzas (cerca de 81 cêntimos de euro) por cada viagem. Mas não tem sido fácil, principalmente para os cidadãos que estudam e trabalham longe de casa. Muito deles chegam a gastar diariamente cerca de mil kwanzas (cerca de oito euros) só em transporte.

Caso se altere mesmo o preço das corridas de táxis, os habitantes já estão a ver as suas vidas dificultadas.

Os passageiros ouvidos pela DW África têm opiniões diferentes quanto a esta subida. Um deles diz: "Não sei o que será da nossa vida se o preço do taxi sofrer um aumento. E se subir acho que devem estipular o preço em que está ser comercializado o litro de gasolina que é 115 kwanzas."

Outro popular "toma as dores" dos taxistas: "Como passageiro, acho que deve subir por que os nossos irmãos que trabalham com taxis não poderão levar nada para a casa se o preço permanecer nos 100 Kwanzas."

Os "candongueiros" sugerem a alteração no preço por causa dos constantes aumentos nos preços dos combustíveis. O jovem Simão trabalha como taxista nas rotas Kalemba II, Centralidade do Kilamba e Bairro Progresso. Ele e os seus colegas entregam diariamente 15 mil kwanzas (cerca de 120 euros) aos proprietários das viaturas.

Angola Konflikt um die Fahrpreise für die Taxis
O "candongueiro" SimãoFoto: DW/P. B. Ndomba

Os "azuis e branco", como também são chamados, já pediram várias vezes aos patrões para que os valores que têm de entregar no fim de cada dia de trabalho sejam menores, mas viram os pedidos rejeitados. Por isso, querem que sejam atualizados os preços, apesar de alguns profissionais não concordarem com esta medida.

Há informação de que alguns "candongueiros" já estão a alterar o preço das corridas. Mas os taxistas desmentem. Um deles diz que "já tentei conversar com o patrão para baixar a conta e ele rejeitou. Praticamente trabalhamos para o patrão e para o carro. A tendência é o preço aumentar."

E o taxista exemplifica: "Com este carro faço 15 mil kwanzas por dia que entrego ao proprietário, e mesmo fazendo 22 ou 23 mil por dia também não compensa. Só neste carro abasteço com pelo menos 7 a 8 mil Kwanzas de gasolina."

O "candongueiro" também pensa na população e defende que o preço permaneça nos 100 Kwanzas : "O preço dos táxis não pode subir porque sendo assim o povo também vai sofrer."

Angola Konflikt um die Fahrpreise für die Taxis
Os "candongueiros" são a salvação da população já que não há um sistema de transportes formal eficazFoto: DW/P. B. Ndomba

Aumento justo

O presidente da Associação dos Taxistas de Luanda, Manuel Faustino, já se encontrou com os responsáveis do Gabinete de Preços e Concorrência do Ministério das Finanças.

Enquanto não houver um resultado das conversações, nenhum "candongueiro" deve alterar os preços, disse no final de uma das reuniões: "Quem estiver a cobrar umvalor superior que a gente cobra, que é de 100 Kz, vai ter problemas com a polícia, porque ainda não saiu nada, estamos a negociar."

Para José Quipipa, do Gabinete de Preços e Concorrência, o reajuste que deverá ser feito rondará apenas os cinco kwanzas (quatro cêntimos de euro), ou seja, os "candongueiros" poderão cobrar apenas 105 kwanzas (85 cêntimos de euro), por viagem.

De a cordo com Quipipa, "a variação máxima de preço que poderia ocorrer por exemplo, devido à alteração no preço do gasóleo, mais 20%, seria qualquer coisa como 5 kwanzas no táxi. Estamos a falar que o táxi iria passar por hipótese, de 100 para 105 Kwanzas."

Em declarações à Radio Nacinal de Angola (RNA), o responsável reafirmou que os ajustamentos devem ser justos: "Ninguém está a dizer que os taxistas não devem fazer ajustamentos. Mas devem ser justos", concluiu José Quipipa.

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