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"Plano B" de Varoufakis sob investigação na Grécia

30 de julho de 2015

Suspeita de que ex-ministro das Finanças planejou piratear informações dos contribuintes, dentro de plano para criar sistema bancário paralelo, está na mira de promotores. Ele nega ter cometido irregularidades.

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Foto: picture alliance/dpa/J. Warnand

Promotores gregos informaram estarem investigando se Yanis Varoufakis violou alguma lei com seu plano B – um projeto secreto elaborado por ele quando ministro das Finanças para criar um sistema bancário paralelo em caso de saída da Grécia do euro.

O ex-ministro contou que foi autorizado em dezembro de 2014 pelo então candidato e hoje primeiro-ministro Alexis Tsipras a elaborar um plano B, mas que o plano não foi posto em prática quando os bancos foram, de fato, fechados, em 29 de junho.

Segundo a imprensa grega, o plano envolvia piratear informações dos contribuintes, como o número do cadastro no sistema de impostos e as respectivas senhas – e aí que poderia estar o crime. Varoufakis negou essa informação.

Na quarta-feira (29/07), o procurador-geral da Grécia, Efterpi Koutzamani, pediu ao Parlamento grego que investigue as várias queixas contra Varoufakis. As suspeitas vão desde negligência dos deveres oficiais a formação de quadrilha e traição.

Num primeiro momento, a apuração não incidirá no próprio Varoufakis, já que tribunais gregos só podem investigar aqueles que não são ministros ou legisladores, pois eles gozam de imunidade parlamentar.

Antes que o ex-ministro possa ser denunciado formalmente, o Parlamento teria de caçar sua imunidade. Para isso, uma comissão de inquérito teria primeiro que investigar as alegações. Só então, as autoridades judiciais poderão examinar se as acusações são suficientes para iniciar um processo contra Varoufakis.

No entanto, o governo grego, do qual Varoufakis fazia parte até pouco tempo atrás, detém a maioria no Parlamento. Maioria esta que poderia recusar a criação de uma comissão de inquérito. A oposição, no entanto, se mostrou otimista com a oportunidade de ajustar as contas com o Syriza.

"Acho muito provável que isso acabará num tribunal", disse a deputada conservadora Anna Asimakopoulou. "Eu não queria estar agora na pele de Varoufakis."

Nos quase seis meses como ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis acumulou frases polêmicas numa forma franca e desafiadora de criticar as instituições europeias e os credores internacionais. O ex-ministro chegou a acusar a antiga troica de "terrorismo" e a exigir um ressarcimento do governo alemão por crimes nazistas em território grego durante a Segunda Guerra.

Varoufakis criticava o programa de resgate da União Europeia (UE) e nos encontros entre os ministros das Finanças europeus costumava estar isolado. Quando renunciou ao posto de ministro das Finanças, rumores em Atenas indicavam uma ruptura de Varoufakis com o partido esquerdista Syriza.

PV/rtr/afp/ots