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O perigo das bactérias resistentes a antibióticos

Brigitte Osterath (af)13 de outubro de 2015

Levantamento estima que 700 mil pessoas morreram no mundo em 2013 devido à resistência das bactérias a antibióticos. O uso em excesso de substâncias antibióticas contribui para o surgimento de patógenos mais fortes.

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Foto: picture-alliance/dpa/F. May

Os antibióticos são substâncias que matam bactérias ou interrompem sua reprodução. Muitos podem ser encontrados na natureza, como a penicilina, produzida por algumas espécies de fungos do mofo para se protegerem de bactérias. Outros são criados em laboratório ou modificados quimicamente para melhorar sua eficácia.

Alguns antibióticos impedem a produção de proteínas que os organismos unicelulares precisam para sobreviver. Outros bloqueiam os mecanismos de transporte na parede celular da bactéria, causando colapso do equilíbrio natural da célula.

Alguns antibióticos inibem a proliferação dos organismos patogênicos, os quais, depois de algum tempo, não são mais repostos. A penicilina compromete a síntese das paredes da célula bacteriana, que acaba explodindo.

Mecanismos de defesa

Os agentes patogênicos se reproduzem muito rapidamente e se adaptam com facilidade a novos ambientes e a ameaças como os antibióticos. Um de seus mecanismos de defesa é uma modificação do material genético, ajudando-os a criar novas proteínas úteis, que despedaçam a molécula do antibiótico, tornando-o inócuo.

Além disso, as bactérias podem modificar sua parede celular, impedindo a entrada do antibiótico. Elas também trocam com frequência o receptor que os antibióticos usam para se fixar. Em seguida, produzem outra proteína que desempenha as mesmas funções na célula mas é imune à substância antibacteriana.

Quando descobrem um mecanismo para driblar os antibióticos, as bactérias passam os genes modificados a toda a sua descendência. Elas são capazes até mesmo de trocar material genético simplesmente tocando umas nas outras. Assim, a resistência vai se difundindo, e muitos patógenos são imunes a vários antibióticos.

Um deles é a perigoso Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), que é imune a grande parte dos antibióticos disponíveis. A Sociedade Alemã de Higiene Hospitalar estima que mais de 5 mil pacientes morrem anualmente de infecções por MRSA. Segundo outros cálculos, 700 mil pessoas morreram em 2013, em todo o mundo, devido à resistência bacteriana.

Excesso é nocivo

Para reduzir a eficácia desse mecanismo de defesa dos patógenos, é importante não usar antibióticos em excesso, mas sim apenas quando absolutamente necessário. Além disso, os pacientes nunca devem parar de tomá-los antes do fim do ciclo prescrito pelo médico.

Nas emergências, há "antibióticos de última instância", que os médicos receitam apenas nos casos críticos. Por serem empregados muito raramente, as bactérias ainda não tiveram a oportunidade de desenvolver mecanismos de defesa contra eles.

Estão em movimento constante as pesquisas para impedir que o elenco dos antibióticos existentes perca seu efeito. A única chance de, a longo prazo, bloquear a resistência e vencer a corrida contra as bactérias é desenvolver constantemente novos antibióticos, que os patógenos ainda não conheçam.