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José Eduardo dos Santos reeleito presidente do MPLA

Nelson Sul d'Angola (Luanda)22 de agosto de 2016

O chefe de Estado angolano foi reeleito líder do partido no poder com 96,6% dos votos. Há 37 anos no poder, Eduardo dos Santos tem pela frente um mandato de cinco anos que lhe permite conduzir destinos do MPLA até 2021.

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Foto: GettyImages/S. De Sakutin

José Eduardo dos Santos, o único candidato à presidência do partido, foi reeleito líder do líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) com 96,6% dos votos, durante o VII congresso do partido no poder que decorreu em Luanda, de 17 a 20 de agosto. Dos 2.553 delegados presentes, apenas cinco votaram contra e outros cinco abstiveram-se.

Durante o congresso, foram também eleitos os novos membros do Comité Central, que passou a integrar dois filhos do Presidente: José Filomeno dos Santos, mais conhecido por "Zénu", presidente do Fundo Soberano de Angola), e "Tchizé" dos Santos, atual deputada do MPLA e responsável pela gestão do canal 2 e do canal internacional da Televisão Pública de Angola (TPA).

Foi ainda aprovada a moção de estratégia do líder do MPLA, que propõe a realização das primeiras eleições autárquicas no país, fortalecer o sistema de defesa nacional, a consolidação da paz e da democracia e reformar o Estado.

No seu discurso de encerramento, José Eduardo dos Santos disse que o seu partido esta preparado para enfrentar as próximas eleições gerais. "Esta moção de estratégia vai pedir ao povo angolano que renove a confiança no MPLA com vista a governar para todos e alcançar a prosperidade e bem-estar para todos os angolanos", declarou o líder do MPLA. Caso venha ser o cabeça de lista do seu partido e vença as próximas eleições gerais em 2017, poderá abandonar o poder apenas em 2022.

Partido "mais forte"

No final do conclave, o porta-voz do VII Congresso do MPLA, Manuel Rabelais, disse, que o partido "saiu mais forte", sublinhando a continua aposta a José Eduardo dos Santos como fator da manutenção do MPLA no poder.

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Sede Nacional do MPLA em LuandaFoto: MPLA

"Este mandato é para cinco anos, de 2017 a 2021. Portanto, é um partido que sai daqui forte, mobilizado, para continuar a dar tudo para o país, para os angolanos e preparado para discussão e para a vitória nas eleições do próximo ano".

Só na terça-feira (23.08), durante a primeira reunião que sucede ao VII Congresso, serão conhecidos o vice-presidente e o secretário-geral do partido. Com pretensões de abandonar a política ativa em 2018, os próximos vice-presidente e secretário-geral do MPLA deverão ser duas figuras de total confiança de José Eduardo dos Santos, capazes de assegurar e proteger os interesses políticos e económicos construídos ao longo de varias décadas, sobretudo quando é apontado ao Presidente pretensões de lançar um dos seus filhos para a sua sucessão.

Plenos poderes

O analista político Alexandre Solombe prefere não arriscar nomes, mas adianta que José Eduardo dos Santos tem todos os poderes para "fazer o que quiser" dentro do MPLA e no país, "porque terá o apoio das pessoas que ele próprio sancionou para o Comité Central", lembra.

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"Mas tudo indica que ele estaria satisfeito se tivesse como substituto um dos seus filhos, que é a única forma que lhe transmite garantias para que possa fazer uma transição pacifica se efectivamente ele se retirar", explica Alexandre Solombe.

O VII Congresso do MPLA ficou também marcado pela autodemissão do Comité Central do histórico militante Ambrósio Lukoki, atual embaixador de Angola na Tanzânia, que, durante uma conferência de imprensa, afirmou que não faz sentido fazer parte de uma estrutura onde as decisões são impostas sem qualquer discussão. "Enquanto o partido não se dissociar do engenheiro José Eduardo dos Santos não poderá reconquistar e conservar as suas características de partido de vanguarda", frisou o histórico do partido.

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