Imagens da herança cultural alemã no Brasil
Parque Aldeia do Imigrante, Nova Petrópolis - RS
Situada no terreno acidentado da Serra Gaúcha, Nova Petrópolis nasceu em 1858, após a pausa de dez anos na imigração por causa da Revolução Farroupilha. Ali se estabeleceram alemães vindos das regiões Hunsrück, Pomerânia, Saxônia, Baviera, Prússia e Boêmia. Depois vieram também poloneses, franceses, holandeses e outros grupos de estrangeiros. Lá fica o parque Aldeia do Imigrante, um museu ao ar livre com dez casas antigas, construídas nos primeiros tempos da imigração alemã na Serra.
O colorido dos grupos folclóricos
Espalhados por todo o Brasil, os grupos de dança folclórica e de trajes típicos cultuam uma tradição que, desta forma, ainda se vê em poucas regiões alemãs. Uma das cidades que cultiva com carinho a tradição alemã é Domingos Martins, no Espírito Santo. Lá está a primeira igreja luterana construída com uma torre no Brasil, a fábrica de refrigerantes Coroa, a reserva de orquídeas, bromélias e begônias de Roberto Kaustky, a Casa do Artesanato, a Casa da Cultura e o Monumento ao Colono Imigrante.
Estação ferroviária de Joinville, Santa Catarina
Em 1851, com a chegada dos imigrantes alemães, suíços e noruegueses, surgiu a Colônia Dona Francisca. Um ano depois, passou a chamar-se Joinville, em homenagem ao príncipe de Joinville, François Ferdinand Philipe, filho do rei francês Louis Philipe. O príncipe cedeu à colônia a maior parte do dote recebido em 1843, quando casou com a princesa Francisca Carolina, irmã do imperador D. Pedro II. Ainda hoje Joinville é conhecida como a Cidade dos Príncipes. Sua origem européia ficou marcada não só na arquitetura em estilo enxaimel. Chamada também de cidade das bicicletas, Joinville atrai turistas de todo o país com sua Festa das Flores e o Festival de Dança.
Zona rural, Santa Maria do Herval - RS
Os primeiros moradores chegaram ao Morro dos Bugres entre 1835 e 1838. Eram sobretudo agricultores descendentes de alemães ou imigrantes recém-chegados. Emancipado em 1988, o município gaúcho integrou anteriormente São Leopoldo, berço da colonização alemã no Rio Grande do Sul.
São Leopoldo, berço da colonização alemã no Brasil
Entre 1788 e 1824, a hoje São Leopoldo chamava-se Real Feitoria do Linho Cânhamo e era ocupada por portugueses. Quarenta anos após a chegada dos imigrantes alemães, a colônia de São Leopoldo foi elevada à categoria de cidade. A história dos colonizadores está preservada nos arquivos do Museu de Imigração Alemã, o mais completo museu do gênero na América Latina. Com o passar do tempo, aos alemães somaram-se italianos, japoneses, poloneses e outros. Aqui fica a Sociedade Orpheu, o clube social mais antigo do Brasil, fundado em 1858.
Pórtico de Gramado, RS
Gramado começou a ser colonizada em 1875, quando se estabeleceram os primeiros moradores descendentes de portugueses no local, hoje conhecido como Linha 28, na zona rural do município. A partir do final do século 19, vieram os imigrantes italianos e alemães, que adotaram a região como nova pátria, movidos pelas semelhanças de clima e natureza. Com os imigrantes, vieram costumes e hábitos de trabalho, novas técnicas e estilos arquitetônicos, assim como as crenças religiosas, a culinária e as festas típicas.
Cachaçaria Berwanger, Estrela - RS
Fundada por alemães em meados do século 19, Estrela guarda ainda hoje sinais dos imigrantes. O Festival do Chucrute e os Kerbs são manifestações culturais típicas herdadas dos colonos.
Igreja Evangélica de Novo Hamburgo, RS
Após desembarcarem na vizinha São Leopoldo, em 1824, os imigrantes alemães espalharam-se por várias regiões do Vale do Rio dos Sinos, surgindo um núcleo em Hamburger Berg, hoje o bairro de Hamburgo Velho. Este deu origem à cidade de Novo Hamburgo, a capital nacional do calçado. Em 1832, foi fundada a comunidade de culto luterano e, por volta de 1850, surgiram os primeiros curtumes, as selarias e as oficinas dos sapateiros que abasteciam a província gaúcha com seus produtos artesanais.
Clube Concórdia, Curitiba - PR
Fundada em 1693, Curitiba começou a receber imigrantes alemães a partir de 1833. Na cidade, sobretudo no bairro de São Francisco, ainda se vêem sinais arquitetônicos desta influência. A sede do Clube Concórdia, de 1887, é um exemplo. Originalmente, a entidade chamava-se Deutscher Sängerbund, ou seja, associação alemã de cantores.
O Castelinho, em Canela - RS
Esta cidade na Serra Gaúcha não se distingue só pela Cascata do Caracol e a exuberância do Vale do Quilombo. Entre os inúmeros traços culturais trazidos pelos imigrantes estão a arquitetura, o chocolate, os spas, a Aldeia da Mamãe Noel e o parque alpino com um trenó que desce montanha, tal qual os que existem na Alemanha.
O gostoso "café colonial"
Os imigrantes alemães trouxeram ao Brasil uma série de especialidades das mais diversas regiões alemãs. Entre as mais conhecidas, estão os famosos bolos, tortas, pães, geléias e doces oferecidos nos "cafés coloniais", típicos no Sul do Brasil.
Prefeitura de Blumenau, SC
Em 1850, Hermann Otto Blumenau e outros 16 imigrantes alemães subiram o Rio Itajaí-Açu para colonizar a região onde hoje fica Blumenau. Mesmo enfrentando dificuldades como doenças tropicais, ataques de índios e animais selvagens, os imigrantes alemães continuaram chegando nos anos seguintes. Eles eram na maioria artesãos e tecelões, o que acabou mudando a idéia inicial de Blumenau, de criar uma colônia agrícola. Devido às dificuldades em manter uma colônia privada, o colonizador acabou vendendo as terras ao Governo Imperial do Brasil.
A paixão pelo canto
Acostumados à música desde crianças, quando são embalados pelas canções de ninar entoadas pelas suas mães, os alemães são, hoje, o povo com a maior federação de coros do mundo. Esta paixão pelo canto coral espalhou-se também pelo Brasil. Em 1858, foi fundada a primeira sociedade de canto no país, a Sociedade Orpheu, de São Leopoldo. Mas há muitos outros exemplos, como a Sociedade Filarmônica Lyra, de São Paulo, fundada em 1884.