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Hotelaria da Floresta Negra faz curso para receber chineses

Wolfgang Hörter (ca)14 de dezembro de 2005

Chineses tomam mais banho de ducha do que de banheira, fumam muito e não ficam em quartos com os números 4, 14 ou 44.

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Trajes típicos da Floresta Negra chamam a atenção dos chinesesFoto: dpa - Bildfunk

É mesmo muito difícil quando os alemães tentam pela primeira vez falar chinês, por isso, em um seminário de chinês, não devem faltar palavras básicas como por favor, obrigado e olá.

Aprendendo novos costumes no curso

Kuckucksuhren
Relógio cuco, por exemplo, não se deve presentearFoto: AP

"Ni Hao", ao pé da letra, significa: Você bom? A estrutura da língua chinesa é muito fácil. "Os chineses falam que não têm gramática", comenta a coordenadora do seminário, Annick Guilhelm-Ho. A prioridade do seu curso é, entretanto, conhecer os costumes chineses para facitar-lhes a vida em sua estada na Alemanha e evitar situações desagradáveis.

Para atender à nova clientela, a Câmara de Comércio e Indústria de Freiburg está oferecendo o seminário para funcionários da hotelaria e da gastronomia provenientes da região da Floresta Negra. Os alemães têm aí a oportunidade de aprender os costumes e satisfazer as vontades dos hóspedes.

Cozinhando a água para o próprio chá

Para os funcionários e proprietários da hotelaria, é bom saber que os chineses preferem a ducha à banheira, fumam muito e negam-se a pernoitar em quartos com os números 4, 14 e 44. É uma superstição idêntica à brasileira em relação ao número 13, só que muito mais acentuada.

E um outro fato, que não é só clichê: os chineses tomam chá durante o dia todo. O seminário também trata do chá preferido dos chineses, o chá verde. Os turistas chineses geralmente não levam uma garrafa térmica consigo, mas o seu chá deve ser preparado por eles mesmos, o que se torna muito fácil quando os funcionários providenciam ebulidores elétricos para os quartos de hotel, já que os hóspedes chineses trazem de sua terra as suas próprias folhas de chá.

Saber o que o cliente espera

Os funcionários de hotelaria e da gastronomia que participam do seminário em Freiburg já se deram conta da globalização e da vontade de viajar dos chineses. "Nosso hotel é uma pequena empresa familiar no coração da Floresta Negra. Apesar do pequeno porte, temos muitos hóspedes estrangeiros e queremos nos preparar para os chineses. Queremos saber o que espera o hóspede", comenta um dos participantes do curso.

Além disso, as firmas da região onde se localizam os hotéis têm cada vez mais clientes provenientes do continente asiático.

Com o crescimento econômico da China, aumenta a vontade de viajar dos seus habitantes. Ainda são poucos os que podem se dar a este luxo, mas mesmo assim o seu número não é de se desprezar. Proibidos de viajar sós, as excursões de grupos chineses estão conquistando o mundo: 29 milhões de turistas somente em 2004. A cada ano, este número aumenta em 30%, principalmente em viagens para a Europa: Paris, Londres, Munique. O maior número possível de pontos turísticos em oito dias.

Torta Floresta Negra – mas só para olhar

"Eles querem visitar, principalmente, atrações culturais das quais sempre escutaram falar. Em Paris, o Louvre, por exemplo. Da Alemanha, eles conhecem o Portão de Brandemburgo e o Muro de Berlim", salienta Guilhelm-Ho. "Para Freiburg, eles vêm por causa da Floresta Negra, ela é muito conhecida na China. E a torta de cereja Floresta Negra não é mais nenhum mistério para eles."

Entretanto, a torta não é particularmente saudável para os asiáticos, já que lhes falta uma enzima que ajuda na digestão de produtos à base de leite. Nata pode causar-lhes problemas gastrointestinais. Também isto aprende-se no curso. A própria diretora do seminário já teve esta experiência:

"Na hora do café, ofereci um pedaço da torta a um amigo chinês. Primeiro, ele a fotografou, admirou e muito quis saber sobre ela. Após comê-la, caiu doente à noite."

No mais, a regra é ser gentil. E importante: nunca se deve presentear um relógio, mesmo que seja um relógio cuco. Isto seria uma grande ofensa para os chineses, já que significaria que o fim do presenteado está próximo.