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Exército moçambicano bombardeia posições da RENAMO

Leonel Matias (Maputo)5 de março de 2014

Em Moçambique, a RENAMO acusou o exército de ter lançado esta quarta-feira rockets contra a Serra da Gorongosa, onde supostamente está o seu líder Afonso Dhlakama. O Governo diz que se tratou de uma contra-ataque.

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Exército moçambicano aquando da tomada de Maringué em outubro de 2013Foto: picture-alliance/dpa

A Resistência Nacional Mocambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, anunciou que forças combinadas do exército moçambicano (FADM) e da Polícia de Intervenção Rápida (FIR) atacaram esta quarta-feira (05.03) posições do seu partido na província central de Sofala.

Acusou, ainda, as forças governamentais de terem incendiado residências na região de Vanduzi, também em Sofala. António Muchanga, porta-voz do presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, foi quem fez a denúncia à imprensa.

"As forças combinadas das FIR e a Forças Armadas de Moçambique (FADM) hoje, dia 5 de março, atacaram as posições das forças da RENAMO em Gorongosa e Inhaminga. Usarm armas de destruição em massa, dispararam obuses e 38 rockets", afirmou.

Nos últimos dias foram reportados dois ataques, em menos de uma semana, contra posições das forças governamentais que resultaram em pelo menos quatro mortos e seis feridos, do lado do exército.

O chefe da delegação do Governo nas negociações com a RENAMO, José Pacheco, reagiu às acusações do partido da oposição atribuindo àquela formação política a iniciativa dos ataques: "Temos uma RENAMO que é violenta, que na segunda-feira (05.03) atacou um carro da polícia que fazia reabastecimento logístico. As nossas forças estão a perseguir os que efetuaram os ataques, os meios que usam cabe a nossas forças decidir."

Saimon Macuiane und RENAMO-Delegation
Saimon Macuiane, líder da delegação da RENAMO nas negociações com a FRELIMOFoto: Leonel Matias

Negociações ameaçadas

A RENAMO afirma que os novos ataques representam uma ameaça real aos entendimentos de paz.

A nova escalada da tensão militar regista-se numa altura em que o Governo e a RENAMO discutem em sede do diálogo os mecanismos para viabilizar os consensos alcançados na última segunda-feira (03.03) para a cessação dos ataques.

Para António Muxanga, da RENAMO, o ataque contra a Serra da Gorongosa reforça a ideia da necessidade da presença de observadores estrangeiros para monitorizar o cessar-fogo. "Esse ataque de hoje vem provar que precisamos de peritos internacionais para ajudar Moçambique", salientou.

Jose Pacheco
José Pacheco, líder da delegação do Governo nas negociações com a RENAMOFoto: Leonel Matias

Governo otimista

José Pacheco, do Governo, afirma ser desnecessária a presença de observadores estrangeiros. José Pacheco mostrou-se, no entanto, otimista quanto ao fim das hostilidades falando no termo de mais uma ronda negocial mantida esta quarta-feira (05.03) entre o Governo e a RENAMO: "O princípio de cessação de ataques já foi acordado, e estamos a traçar os mecanismo para a cessao de confrontos."

Segundo Saimone Macuiane, a RENAMO exige garantias para os seus homens armados.

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