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CNE de Moçambique responsabiliza partidos políticos pelos atrasos

Romeu da Silva (Maputo)22 de outubro de 2014

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) nega que o processo eleitoral em Moçambique esteja a ser descredibilizado e defende que se houve falhas, a responsabilidade é dos partidos políticos.

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Foto: Getty Images/AFP/Gianluigi Guercia

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) diz que "não há razões para descredibilizar" o processo eleitoral em Moçambique. A CNE reage assim às críticas dos partidos políticos, de observadores nacionais e estrangeiros e dos meios de comunicação social moçambicanos.

O órgão justifica que com a presença dos representantes dos partidos políticos nas mesas de voto o processo fica credibilizado.

Falta de seriedade dos partidos

O porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, disse que se houve irregularidades no processo, os partidos políticos como a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) devem ser igualmente culpabilizados. A CNE acusa ainda os partidos, nomeadamente o MDM e RENAMO, de não terem sido sérios na indicação dos membros das mesas das assembleias de voto.

Wahlen in Mosambik
As mesas das assembleias de voto foram constituídas por membros dos vários partidos politicos moçambicanosFoto: DW/A. Cascais

"Dos poucos que vieram, com a passagem do tempo iam pedindo para trocar. A cada minuto pediam para trocar. Ficava-se numa situação que não se percebia o que se estava a passar", denuncia Paulo Cuinica.

"Mas isto tudo não retira o mérito a todos os envolvidos neste processo. Foi um processo muito bem organizado. Um processo que nos traz resultados credíveis. Os resultados que vão ser divulgados são os resultados obtidos à boca das urnas", assegura Paulo Cuinica.

Paulo Cuinica reconhece ainda a alegada existência de boletins de voto falsos.

"São estas questões que precisam de ser investigadas. Como é que uma pessoa que é presidente de uma mesa de assembleia de voto e é formador, que sabe de antemão que numa mesa só podem estar inscritas 800 pessoas, aparece com um resultado de 968 pessoas. É um absurdo no mínimo. É preciso procurar perceber o que está por detrás disto", reclama.

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Atraso na publicação dos resultados

Os observadores da União Europeia têm criticado o atraso no apuramento dos resultados finais. Até agora, foram apuradas apenas seis províncias e as cinco que faltam devem prestar resultados até esta quarta-feira (22.10).

"Se todas as províncias que ainda faltam o fizerem até ao final do dia de hoje (22.10), quer dizer que a Comissão Nacional de Eleições está em condições de imediatamente fazer o apuramento nacional e divulgar os resultados de preferência até antes do prazo", diz.

Vários críticos defendem que a demora na divulgação dos resultados parciais pode alimentar algumas desconfianças. Contudo, o porta-voz da CNE garante que os órgãos eleitorais estão tranquilos, pois o processo está a ser conduzido de forma justa, apesar dos incidentes.

Judith Sargentini
Judith Sargentini, chefe da missão europeia de observação, já veio dizer que os atrasos na divulgação dos resultados põe em causa a credebilidade do processoFoto: DW/A. Cascais

"De maneira algumas devem invalidar todo um processo conduzido de forma meticulosa, transparente, livre, com muita justiça. A CNE e o STAE procuraram pautar-se pela Justiça", fundamenta.

Esta quarta-feira (22.10) faz uma semana desde a realização das eleições gerais em Moçambique e os resultados preliminares dão vantagem à FRELIMO, partido no poder, e ao seu candidato Filipe Nyusi.

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