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Agressor de deputada britânica teria apoiado neonazistas

17 de junho de 2016

Homem que matou a parlamentar Jo Cox, opositora do "Brexit", teria ligação com ideias de extrema-direita. Irmão afirma que ele sofria de doença mental e estava em tratamento. Polícia investiga motivo do crime.

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Jo Cox
Centenas prestaram homenagem a Jo CoxFoto: Getty Images/AFP/D. Leal-Olivas

O homem que matou a deputada britânica Jo Cox nesta quinta-feira (16/07), a tiros e facadas, teria ligação com ideias de extrema-direita, segundo a organização antirracismo Southern Poverty Law Center (SPLC, na sigla em inglês).

Cox, de 41 anos, do Partido Trabalhista britânico, foi atacada em Birstall, em West Yorkshire, onde vivia com o marido e dois filhos, um de três e outro de cinco anos. Ela integrava a campanha pelo "Remain" (permanência do Reino Unido na União Europeia).

O agressor foi identificado como Thomas Mair, de 52 anos. Ele foi preso logo após o ataque, e, segundo a polícia, investigações estão em curso para estabelecer o motivo do crime. Testemunhas relataram que ele gritou "Britain first" ("Reino Unido primeiro"), em referência a um slogan utilizado pela extrema direita, que é contrária à imigração e pró-saída da União Europeia (UE).

Segundo o SPLC, Mair seria apoiador da organização neonazista americana National Alliance e também teria adquirido um livro para aprender como fazer uma arma caseira."Vizinhos o descrevem como 'solitário', mas ele também tem um longo histórico com o nacionalismo branco [ideologia que defende a superioridade dos brancos]", afirmou a organiza

O irmão do agressor, Scott Mair, disse ao jornal Daily Telegraph que o agressor sofria de doença mental, mas recebia tratamento. "Meu irmão não é violento e não é tão envolvido com a política", afirmou.

Homenagens

Centenas de pessoas prestaram homenagens à Cox no Reino Unido. Flores foram depositadas em frente ao Parlamento britânico, e moradores de Birstall, onde Cox foi morta, fizeram uma vigília na madrugada desta sexta-feira.

As campanhas a favor e contra a permanência do Reino Unido na União Europeia para o referendo que será realizado em 23 de junho foram suspensas pelo segundo dia.

Políticos manifestaram seu pesar sobre a morte da deputada. O primeiro ministro britânico, David Cameron, afirmou que o país "perdeu uma grande estrela". "Ela era uma excelente parlamentar com enorme compaixão e um grande coração", afirmou. Em Berlim, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse que a morte de Cox foi "dramática".

Alvo de ameaças

Além de se opor a um "Brexit" (saída do Reino Unido da UE), a deputada era defensora dos direitos de refugiados sírios. Seu primeiro discurso no Parlamento britânico foi em defesa da imigração e da diversidade.

Em comunicado, a polícia britânica informou que Cox havia denunciado ameaças. Em março, um suspeito ligado às investigações foi preso, o qual não teria relação com o agressor que matou a deputada nesta quinta-feira.

"O homem posteriormente aceitou uma advertência policial. O homem que aceitou a advertência policial não é a pessoa sob custódia em West Yorkshire", disse a polícia em comunicado.

A seis dias do referendo sobre o futuro do Reino Unido na UE, discussões sobre identidade nacional e imigração têm sido acaloradas em meio ao risco do "Brexit". Pesquisas de opinião recentes mostram uma vantagem do "Leave" (saída).

KG/afp/rtr