A carreira de Rogério Ceni
Com recordes, títulos e inúmeros gols, Rogério Ceni pendura as luvas. Em 25 anos de São Paulo, o goleiro-artilheiro foi símbolo de liderança, recolocou o clube no topo do mundo e deixa legado na posição de goleiro.
Sua casa, o Morumbi
O estádio Cícero Pompeu de Toledo foi a casa de Rogério Ceni por 25 temporadas. De fato, durante os quatro primeiro na cidade de São Paulo, Rogério morou no alojamento do clube, na época instalado nas dependências do estádio. No Morumbi, Rogério levantou a tão sonhada taça da Copa Libertadores de 2005, além de ter assegurado dois dos três títulos brasileiros no tricampeonato entre 2006 e 2008.
O legado
Rogério Ceni se tornou referência mundial na função tática e no posicionamento de um goleiro. Além das notórias cobranças de falta e reposições com os pés, o goleiro-artilheiro atuava como líbero, permitindo uma melhor saída de bola e compactação da equipe. Esta qualidade, Rogério adquiriu depois de muito treinamento, já que chegou ao São Paulo justamente com grande déficit no jogo com os pés.
O goleiro-artilheiro
Rogério pode ser chamado de goleiro-artilheiro. Nas temporadas 2005 e 2006, ele foi o artilheiro do São Paulo com 21 e 16 gols marcados, respectivamente. Ele é também o goleiro – e jogador tricolor – que mais marcou gols em Copas Libertadores. Com seu recorde mais famoso, o de 131 gols marcados na carreira, Rogério está 69 à frente do paraguaio José Luis Chilavert (62).
A reconquista da América
Após amarga eliminação na semifinal da edição anterior e chegar a ser execrado pela torcida são-paulina, Rogério Ceni comandou um São Paulo quase perfeito – nove vitórias, quatro empates e uma derrota – na reconquista da Copa Libertadores. Com cinco gols marcados, Rogério Ceni foi o artilheiro da equipe – ao lado do atacante Luizão – na campanha.
Único em torneio Fifa
Na semifinal do Mundial de Clubes de 2005, o São Paulo enfrentava sérias dificuldades contra os sauditas do Al-Ittihad. Na vitória por 3 a 2, Rogério Ceni anotou o terceiro gol tricolor, de pênalti, aos 12 minutos do segundo tempo. Aquele é até hoje o único gol marcado por um goleiro em qualquer competição de futebol sob a chancela da Fifa.
No topo do mundo
Em 1993, Rogério fazia parte do elenco do bicampeonato mundial do São Paulo. No banco de reservas, Rogério viu Zetti, Müller, Palinha e cia. derrotarem o Milan por 3 a 2. 12 anos depois, ele voltou ao Japão. Desta vez como protagonista. Com defesas importantes – uma delas espetacular numa cobrança de falta de Steven Gerrard – Rogério garantiu o 1 a 0 contra o Liverpool.
O recordista
São inúmeros recordes estipulados na carreira de Rogério Ceni. No Livro Guinness dos Recordes, o ex-capitão tricolor está eternizado em quatro marcas: goleiro com maior número de gols (129, contagem oficial da Fifa), goleiro que mais marcou de pênalti (69) e numa única temporada (21 em 2005). Além de o jogador de futebol que mais tempo atuou por um mesmo clube.
O centésimo
Campeonato Paulista, 27 de março de 2011, na Arena Barueri. Adversário: o arquirrival Corinthians. E um tabu de quatro anos sem vitória tricolor. Quando o São Paulo já vencia a partida por 1 a 0, Fernandinho sofreu falta perto da área, aos oito minutos do 2º tempo. Rogério acertou o ângulo, marcando o centésimo de sua carreira e dando a vitória por 2 a 1 a seu time.
Bom também debaixo das traves
O legado e muitos dos recordes dele invariavelmente estão ligados ao seu jogo com os pés. Mas Rogério Ceni também foi um bom goleiro debaixo das traves. Defesas à queima-roupa, de reflexo e até o golpe do escorpião, imortalizado pelo colombiano René Higuita. Rogério possui um arsenal de defesas – até mesmo já em idade avançada, como contra o Universidad Católica, do Chile, em 2013 (foto).
Coadjuvante na Seleção
Em seu currículo, Rogério Ceni é campeão mundial e da Copa das Confederações (1997) com a seleção brasileira. Na Copa do Mundo de 2002 ele era a terceira opção atrás de Marcos e Dida. Em 2006, foi reserva imediato de Dida, e chegou a jogar 36 minutos contra o Japão. Ao todo, Rogério atuou 17 vezes pela Seleção e chegou a cobrar uma falta, contra a Colômbia, em 2000.
Idolatria recíproca
"Meu escudo é um coração de cinco pontas – vermelho, preto e branco. E eu sou apaixonado por esse time", disse uma vez em entrevista ao site oficial do São Paulo."Esta é a última camisa que vou usar. Depois, vou me juntar à torcida e vou para o Morumbi."