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Órgão federal vai incentivar artes no exterior

Simone de Mello21 de dezembro de 2001

A decisão do governo de criar a Fundação Federal de Cultura gera polêmica sobre o federalismo na Alemanha.

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Julian Nida-Rümelin, ministro alemão da CulturaFoto: SPD

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, anunciou a criação de uma fundação estatal de incentivo à cultura, excluindo a princípio a participação dos estados. Antes de conceber uma iniciativa conjunta, seria necessário definir com mais exatidão as competências da União e dos estados, justificou o chefe de governo.

A iniciativa centralizadora do governo gerou reações de desagrado em diversos estados. O secretário estadual de Cultura da Renânia do Norte-Vestfália, Michael Vesper, criticou a duplicação de estruturas culturais no país. Para o diretor administrativo do Conselho Alemão de Cultura, Olaf Zimmermann, o projeto lança um sério debate sobre o futuro do federalismo na Alemanha.

Apesar de defender inicialmente uma fundação cultural com a participação dos estados, o ministro da Cultura, Julian Nida-Rümelin, se mostrou satisfeito com a decisão, lembrando que a Alemanha não pode mais prescindir de um órgão de incentivo à cultura e às artes num contexto internacional.

A Fundação Federal de Cultura será criada em 2002 na cidade de Halle, na Saxônia-Anhalt. O chanceler federal já assegurou para os próximos três anos verbas de 76,7 milhões de euros (150 milhões de dólares).

Incentivo às artes no exterior

A prioridade inicial da Fundação Federal de Cultura é subsidiar projetos culturais no âmbito internacional, bem como em Berlim e na ex-capital alemã, Bonn. Os artistas contemporâneos alemães no início não serão beneficiados pelo órgão. Eles terão que esperar a futura incorporação dos estados na fundação, ressaltou o ministro alemão da Cultura.

O debate em torno de uma fundação cultural da União não é de hoje. O chanceler federal Willy Brandt e o escritor Günter Grass já haviam sugerido a criação de uma instituição do gênero 30 anos atrás. Há dois anos, o então ministro da Cultura Michael Naumann tinha retomado a idéia, gerando grande polêmica ao qualificar o direito de participação dos estados como "folclore institucional". Segundo a concepção alemã de federalismo, a cultura é tarefa dos estados.