Zeitgleich - Ao mesmo tempo
Fotógrafos Tadeu Vilani e Fernando Zago partiram numa jornada para documentar, em fotos preto e branco, como vivem os descendentes das primeiras colônias alemãs no Rio Grande do Sul.
Captar a essência
Encontrar o sublime entre o passado e o presente. Contar uma história através de imagens em preto e branco que não só revelam o cotidiano de uma comunidade, mas também capturam sonhos e esperanças através do olhar, em frente e atrás da câmera. Nos 190 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul, a exposição "Zeitgleich - Ao mesmo tempo" mostra o cotidiano dos descendentes dos imigrantes.
Trabalho conjunto
O projeto dos fotógrafos Tadeu Vilani e Fernando Zago levou um ano para ser realizado e contou com a colaboração do escritor e historiador Felipe Kuhn Braun. Juntos, eles visitaram lugares onde os primeiros imigrantes alemães se instalaram e fotografaram a vida de moradores de cidades como Brochier, Poço das Antas e Teutônia.
Formação étnica
"Venho fotografando a formação étnica do Rio Grande do Sul desde 1998. Já fotografei os italianos, índios, poloneses, negros. Faltavam os alemães, que são de grande importância nessa formação e ajudaram a dar uma identidade ao Rio Grande do Sul, influenciando a economia e a gastronomia", diz o fotógrafo Tadeu Vilani.
Olhar apurado
O trabalho do fotógrafo nas colônias alemãs começou em 2006. "Foi um processo lento, que foi amadurecendo aos poucos. Desde o ano passado, eu fotografo com o Fernando Zago, que tem um grande entusiasmo pela fotografia e um olhar muito apurado", diz Vilani.
Vida nas colônias
Os dois se conheceram há dois anos. Felipe Zago não só é um profundo conhecedor da história da imigração alemã, como também tem contatos nas cidades e colônias. Isso permitiu aos fotógrafos circular livremente e realmente entrar na vida e no cotidiano das famílias que vivem nessas comunidades.
"Não falamos alemão, falamos fotografia"
A entrada de Zago deu forma e objetividade ao projeto. "O Felipe fala alemão e é descendente de imigrantes alemães, isso ajudou muito para chegar até as famílias e explicar que estávamos realizando esta documentação dos 190 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul. Não falamos alemão, falamos fotografia", diz Tadeu Vilani.
Preto e branco
Desde que começou a documentar com a fotografia, em 1994, Tadeu Vilani utiliza as imagens em preto e branco para alcançar um melhor resultado em sombras e contrastes, além de valorizar as expressões de seus retratados, dando mais força às imagens.
Passado e presente
As fotografias da dupla retratam um cotidiano que, para os moradores dos grandes centros urbanos, pode parecer perdido no tempo, uma característica comum em muitas colônias de origem alemã. "Sinto que as pessoas se sentem valorizadas quando alguém se interessa pelas suas histórias, pela maneira como construíram sua vida", diz Vilani.
Curadoria alemã
"Zeitgleich - Ao mesmo tempo" teve curadoria do artista alemão Ottjoerg A.C., que convida os visitantes a completar as imagens sobre a imigração alemã com as suas próprias fotos. "A curadoria do Ottjoerg foi genial, pois refez a leitura que estávamos dando da imigração, deixando o trabalho mais leve e contemporâneo", conta o fotógrafo.
A história continua
As fotos da exposição não refletem toda a diversidade da imigração alemã no Rio Grande do Sul. Por isso a curadoria pede aos visitantes que têm raízes germânicas para trazerem à exposição fotos que mostrem o que significa ter antepassados alemães. Essas imagens serão organizadas pelo curador Ottjoerg A.C. e ganharão um lugar de destaque na exposição.
Ao mesmo tempo
A exposição de fotografias "Zeitgleich - Ao mesmo tempo" pode ser vista na galeria do Instituto Goethe de Porto Alegre, de 7 de agosto a 6 de setembro. A entrada é gratuita.