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Hooligans atacam polícia

(gh)12 de fevereiro de 2007

Agressões de hooligans à polícia em Leipzig lembram pancadarias ocorridas na Itália e colocam autoridades e dirigentes de entidades esportivas em estado de alerta. DFB pede suspensão de jogos.

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Torcedores do Lokomotive Leipzig no estádo Bruno PlacheFoto: picture-alliance/dpa

"A pancadaria deste fim de semana em Leipzig mostra que a violência entre torcedores de futebol tomou uma nova dimensão. Ainda não se pode comparar a situação na Alemanha com a da Itália, mas foi uma questão de sorte que não tenham ocorrido mortes."

Essa é a avaliação que o presidente do Sindicato dos Policiais Alemães (GdP), Konrad Freiberg, fez nesta segunda-feira (12/02) do confronto do último sábado, quando 800 hooligans atacaram 300 policiais após o jogo entre o Lokomotive Leipzig e o Erzgebirge Aue, no Leste alemão.

Depois da partida pelas quartas-de-final do campeonato estadual da Saxônia, vencida por 3 a 0 pelo Aue, os hooligans atiraram paralelepípedos em agentes da polícia, deixando 42 pessoas feridas (36 policiais e seis civis). Vinte e uma viaturas também foram danificadas. Também cavalos e cães foram atacados.

Seis suspeitos foram detidos, mas logo soltos neste domingo. Três deles continuam sob investigação. Os tumultos já haviam se iniciado durante o jogo, dentro do estádio Bruno Plache. Um policial civil só conseguiu escapar ao cerco de 20 hooligans após dar um tiro de advertência.

Brutalidade irracional

"Em Leipzig, agiu-se com brutalidade irracional. Quando ocorre uma caça a policiais e a outras pessoas é preciso pensar seriamente em conseqüências", disse Freiberg. Segundo ele, nos últimos meses, a violência nos estádios vem aumentando nas divisões inferiores, principalmente no Leste alemão.

A direção do Lokomotive Leipzig condenou a pancadaria. Na opinião do secretário estadual da Segurança, Albrecht Buttolo, não basta, porém, que os clubes apenas se distanciem de tais atos. "Não vou aceitar um 'ambiente italiano' dentro e ao redor dos estádios da Saxônia", avisou.

Na Sicília, um policial foi morto num confronto com torcedores, após o jogo entre Palermo e Catania, no último dia 2 (veja link abaixo).

A Federação de Futebol da Saxônia pediu mais rigor da Justiça em punir os hooligans. "Não é possível que suspeitos detidos preventivamente sejam soltos tão rapidamente", disse o diretor-executivo da entidade, Bernd Kraus.

Segundo a polícia, os tumultos do último sábado foram os mais violentos já ocorridos em Leipzig. O Lokomotive é considerado um reduto de extremistas de direita. "Ninguém me diga que os dirigentes não conhecem os fãs de seus clubes. Eles deveriam expulsar os torcedores violentos", sugeriu Freiberg.

DFB pede suspensão de jogos no Leste

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Zwanziger pede combate rigoroso aos hooligansFoto: DW-TV

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanziger, propôs a suspensão dos jogos do próximo final de semana na Saxônia. "Em sinal de solidariedade com os policiais, eu suspenderia os jogos", sugeriu Zwanziger à federação estadual de futebol.

"Os policiais são nossos amigos, os outros são nossos inimigos", deixou claro o presidente da DFB. Zwanziger fez uma lista de exigências aos clubes envolvidos. "Segurança nos estádios, um trabalho mais intenso com os fãs e uma estrutura nos clubes que possibilite separar o joio do trigo. Os clubes que não conseguirem isolar os grupos radicais não terão mais jogos de futebol", ameaçou.