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Violência policial mata em Colônia

mw26 de maio de 2002

A Polícia de Colônia está na mira da opinião pública alemã, depois que policiais espancaram um detido, que acabou morrendo no hospital. Acusados estão suspensos do serviço, mas livres. Protesto diante da delegacia.

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Policiais conversam na entrada da delegacia de Eigelstein, cenário do espancamentoFoto: AP

Seis policiais detiveram, no dia 11 de maio, um homem de 31 anos, que após uma briga familiar, parecia fora de si. Cuspia e quebrava portas de vidro. Levado para a delegacia policial de Eigelstein, no centro de Colônia, onde foi espancado por seis policiais.

Conforme o relato de duas testemunhas, também policiais, o homem, de identidade não revelada, estava deitado no chão, com mãos e pés amarrados, sendo pisado e chutado na cabeça, corpo, braços e pernas. Em seguida, o detido, com o rosto sangrando, teria sido arrastado pelos pés para dentro de uma cela, tendo recebido novos golpes. Mais tarde uma ambulância buscou a vítima.

No hospital, o paciente entrou em coma durante um exame de sangue. Segundo um médico, "o homem apresentava claramente, na metade esquerda da testa, um recente hematoma, similar à impressão da sola de um sapato".

Morte e investigações –

Na última sexta-feira, o homem teve parada cardíaca e edema cerebral. Até o momento, os resultados da autópsia não atestaram a causa da morte. "Estamos agora na espera dos exames minuciosos de tecido", informou a promotora pública Regine Appenrodt.

Na noite do mesmo dia, dois dos seis acusados de participarem do espancamento foram detidos, por já apresentarem antecedentes de má conduta. No entanto, ambos foram liberados no sábado após prestarem depoimento à Justiça.

Também no sábado, cerca de 500 pessoas realizaram um protesto diante da delegacia de Eigelstein. Segundo a Polícia, o clima estava "quente e até mesmo agressivo", por parte dos manifestantes, que exigiam apuração completa do caso.

Novo diretor –

A morte provocou a mudança do diretor de Investigações da Zona Central de Colônia. Nomeado na sexta-feira, Udo Behrends promete fazer um raio X da folha pessoal de cada um dos policiais sob sua subordinação. "O problema é bem maior do que Eigelstein", afirmou, informando que os policiais envolvidos na morte do detido estão lotados em três delegacias diferentes.

Situada num bairro de prostituição e tráfico de drogas, a delegacia de Eigelstein acumula, desde 1999, 37 processos da Promotoria Pública acusando os policiais daquela unidade de lesões corporais. "Temos de apurar se lidar com uma clientela difícil afetou a conduta dos policiais", acrescentou o novo diretor.