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Eleições afegãs

18 de setembro de 2010

Apesar de vários mortos e dezenas de feridos em atentados e atos de violência, os afegãos foram às urnas eleger um novo Parlamento. Entre os quase 2.500 candidatos, havia 400 mulheres. A última eleição ocorreu em 2005.

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Tropas vigiaram locais de votaçãoFoto: picture alliance/dpa

Pela segunda vez desde a queda do regime talibã, em 2001, os representantes da câmara baixa do Parlamento foram escolhidos neste sábado (18/09) no Afeganistão. Os eleitores afegãos elegeram 249 deputados – 68 vagas são reservadas a mulheres.

Ofuscadas por atentados e ameaças de violência, as eleições ocorreram sob rigorosas medidas de segurança. Apesar disso, a agência de notícias afegã Pan relatou que pelo menos 15 pessoas morreram e outras 40 saíram feridas em atentados e ataques durante o dia de votação.

Já três horas antes da abertura das urnas, um míssil atingiu o centro de Cabul, explodindo na área da televisão estatal RTA, próximo ao quartel-general da Força Internacional de Segurança para o Afeganistão (Isaf). Segundo a polícia da capital afegã, não houve vítimas.

Ataque à Bundeswehr

Atentados foram registrados em diversas partes do país. O mais violento aconteceu na província de Baghlan, no norte do Afeganistão, onde sete membros das forças de segurança afegãs foram mortos próximo a um local de votação. Kunduz, Baghlan, Takhar e Balkh estão entre as regiões do norte do Afeganistão cuja segurança está sob a responsabilidade das Forças Armadas Alemãs (Bundeswehr).

Através de seu site, a Bundeswehr informou que soldados alemães foram atacados neste sábado a poucos quilômetros de sua base na província de Kunduz. A Bundeswehr informou que sete foguetes foram lançados na região do acampamento. Nenhum soldado foi atingido, disseram as Forças Armadas Alemãs.

Violência e irregularidades

Radicais islâmicos conclamaram a população a boicotar o pleito e ameaçaram com atos de violência. A eleição deste sábado é considerada uma prova de estabilidade para o país. Observadores temem fraudes na votação. No ano passado, as eleições presidenciais foram ofuscadas por uma onda de violência e por sérias irregularidades. Em todo o país, forças adicionais de segurança foram estacionadas para impedir ataques.

Segundo dados do Ministério afegão do Interior, 52 mil policiais cuidaram da segurança dos cerca de 6 mil locais de votação. Outros 63 mil soldados afegãos foram chamados para patrulhar os arredores. Com seus 120 mil homens, a força internacional Isaf esteve de prontidão para intervir em casos de emergência.

Acusações a Karzai

Apesar das medidas de segurança, mais de mil locais de votação ficaram fechados em regiões inseguras principalmente no sul e leste do Afeganistão. A Comissão Eleitoral Independente (IEC, do inglês) calcula que 12,5 milhões de afegãos estiveram aptos a participar do pleito. Eles não votaram em partidos, mas em candidatos isolados, cujo alinhamento em determinada ala política nem sempre é claro.

Cerca de 2.500 candidatos – entre eles mais de 400 mulheres – disputam as 249 vagas. Um resultado preliminar deverá ser divulgado em 9 de outubro pela IEC. A comissão planeja divulgar o resultado oficial em 30 de outubro.

Nas eleições do ano passado, observadores constataram fraudes principalmente entre os seguidores do presidente Hamid Karzai. Ao conclamar os eleitores às urnas, ele afirmou que "sob as atuais circunstâncias no Afeganistão é de se esperar que haja irregularidades, que haja problemas e que haja acusações". Mesmo assim, o líder afegão afirmou que tudo deveria ser feito para tornar "as eleições um sucesso".

CA/dpa/dw/rtr/epd
Revisão: Roselaine Wandscheer