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Verdes definem candidatos para as eleições

Neusa Soliz20 de janeiro de 2002

Os ministros verdes Joschka Fischer (Exterior) e Renate Künast (Agricultura) poderão ser nomeados "candidatos de ponta" de seu partido. Os verdes alemães já não se definem como um partido anti-globalização.

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Fritz Kuhn, co-presidente do Partido Verde, discursa em MagdeburgFoto: AP

O Partido Verde (PV), que integra a coalizão de governo com o Partido Social Democrata (SPD) em nível federal, está definindo os nomes dos principais candidatos para as eleições parlamentares de setembro na Alemanha. Na segunda-feira, deve decidir se o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, desta vez será nomeado oficialmente o candidato de ponta dos verdes. Na eleição anterior ele atuou como tal, mas sem mandato oficial. Se isso já era dado como certo em Magdeburg, no sábado (19), a situação mudou neste domingo, com uma proposta do diretório de Berlim, para que também a ministra da Defesa do Consumidor e da Agricultura, Renate Künast, seja considerada candidata de ponta, e não apenas Fischer.

Os verdes e a "ciranda dos homens"

"Seria absurdo e um erro básico colocar Fischer como candidato de proa", opinou Astrid Rothe, presidente do PV no Estado da Turíngia. O partido, segundo ela, "tem várias caras e vários nomes" e defende vários temas, pelo que não deveria reduzir-se a uma pessoa. "Os verdes não devem se alinhar na ciranda dos homens na política, como Schöder e Stoiber", argumentou, referindo-se aos dois candidatos a chanceler federal nas próximas eleições: o atual chefe de governo Gerhard Schröder (SPD), e o governador da Baviera, Edmund Stoiber, da União Social Cristã (CSU). Stoiber, presidente da CSU que só existe na Baviera, impôs-se na disputa interna dos partidos conservadores , em detrimento de Angela Merkel, a presidente do partido nacional União Democrata Cristã (CDU).

Pacifistas tiveram surpresa desagradável

Numa reunião do Partido Verde em Berlim, a ministra Renate Künast foi eleita, por grande maioria de votos, para encabeçar a lista de candidatos ao Parlamento. A surpresa foi o segundo lugar, que coube ao ex-dissidente da Alemanha Oriental Werner Schulz, isto é, um político pragmático do leste alemão. Ele disputou a colocação com Hans Christian Ströbele, líder da fração de esquerda e pacifista, e com a ex-ministra da Saúde, Andrea Fischer. Enquanto a popular política perdeu logo no primeiro turno, Ströbele, que foi contra o engajamento militar alemão no Afeganistão, perdeu por 2 votos na rodada definitiva.

"Domar" a globalização

A reunião dos diretórios estaduais em Magdeburg aprovou também uma proposta programática, na qual o Partido Verde não mais rejeita pura e simplesmente a globalização. Em vez disso, trata-se de dar uma nova feição à globalização, no sentido da solidariedade internacional e de maior justiça social. A presidente do PV, Claudia Roth, e o ministro do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, ressaltaram que os verdes não são "um partido anti-globalização", e que pretendem "domar, civilizar e preencher com conteúdos positivos" a globalização.

A resolução foi criticada pela organização Attac, que coordena o movimento contra a globalização. A decisão demonstra que o Partido Verde alemão não leva a sério a crítica à globalização e que, no fundo, não a entende, ressaltou Sven Giegold, da ONG. Segundo Giegold, a posição verde é até mais fraca do que algumas avaliações críticas dos riscos da globalização, como as feitas por uma comissão do Parlamento alemão e o Banco Mundial.