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Velho, aposentado e cobiçado

cb18 de setembro de 2004

O Serviço de Especialistas Sêniores (SES) envia aposentados alemães qualificados para todo o mundo. Assim, os idosos ajudam os países que enfrentam uma situação difícil e, ao mesmo tempo, a indústria alemã.

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Aposentados ativosFoto: dpa

O Serviço de Especialistas Sêniores (SES), da cidade de Bonn, quase sempre pode ajudar – seja com uma cabeleireira para a Mongólia ou um mecânico para Gana. A organização manda aposentados qualificados para todo o mundo. Assim, os sêniores não se sentem enfadados e ao mesmo tempo podem ajudar os países que se encontram numa situação difícil. Os aposentados são voluntários especiais para o desenvolvimento, por isso o Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento assume uma grande parte dos custos dos seus serviços. Os países interessados pagam o vôo e o alojamento, um sinal de apreciação da ajuda dos idosos.

Idosos vitais

O SES administra os perfis de mais de 6000 aposentados e funciona como uma agência de trabalho para pessoas com mais de 65 anos. Sempre se trata de idosos vitais e saudáveis, dispostos a trabalhar e viajar para o estrangeiro. "Na nossa sociedade existe uma grande quantidade de idosos vitais, os quais acumularam conhecimentos no decorrer de suas vidas. E eles estão dispostos a dividir esta experiência com outras pessoas, não apenas aqui na Alemanha mas também no estrangeiro", disse Susanne Nonnen, diretora do SES.

No ano passado a organização mandou os seus profissionais a 89 países, como China, Gana e Romênia. A especialista mais velha é uma médica de 82 anos que já foi mandada várias vezes para a África. Mas não são todos que podem trabalhar num país tropical. "Examinamos especialmente os que têm mais de 70 anos e perguntamos a eles se ainda estão em boa forma. Importante é ver a saúde de uma pessoa, bem como seus conhecimentos. Hoje em dia os conhecimentos perdem a atualidade com rapidez, especialmente na área de química e engenharia", explicou Nonnen.

Segredos bem cuidados

Com cerca de 300 atuações por ano, a China é o país que mais recebe especialistas aposentados. Antes de tudo os chineses apreciam os conhecimentos e a experiência dos engenheiros alemães. O SES, muitas vezes, manda pessoal que trabalhou em grandes empresas alemãs, como a Volkswagen e a Siemens. "Embora ajudemos principalmente a indústria alemã, existe o perigo de que os idosos revelem segredos demais. (...) Nestes casos é preciso dizer: 'Pare, isto é demais'. Ou então se fala com as respectivas empresas sobre uma joint venture ou outras formas de convênio, através das quais se inicia uma parceria", disse Ulrich von Homeyer, especialista do SES.

Este efeito de "abrir as portas" é uma das principais razões do interesse da indústria alemã. Assim, todas as grandes associações econômicas participam e apóiam os projetos do SES. Além disso, os aposentados contribuem para melhorar a imagem da economia alemã. "Constatamos que a técnica e os conhecimentos alemães são desejados. Neste contexto, a Alemanha ainda faz parte dos países de maior prestígio no exterior", mencionou Homeyer.