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Ajuda ao desenvolvimento

(ku/ca)13 de março de 2007

Ministros da Cooperação Econômica da UE discutem crescimento e criação de empregos, principalmente para a África. Acordos de Parceria Econômica entre a Europa e os Estados ACP também estão na pauta.

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Fundação de Bill Gates quer levar Revolução Verde à ÁfricaFoto: DPA

Em reunião iniciada na segunda-feira (12/03), em Bonn, os ministros da Cooperação Econômica da UE discutem, informalmente, questões relacionadas a investimentos, crescimento e criação de empregos, principalmente para o continente africano, segundo informou a ministra alemã de Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul (SPD).

Nesta terça-feira (13/03), os ministros europeus negociam com representantes do grupo de países da África, Caribe e Pacífico (ACP) a renovação dos EPAs, sigla em inglês para Acordos de Parceria Econômica. Segundo a ministra alemã, os novos EPAs devem incorporar questões comerciais com aspectos do desenvolvimento.

No final do ano, expira um importante acordo entre a UE e os Estados ACP, que garante, às antigas colônias, preferências comerciais e tarifas alfandegárias mais baixas. Um novo tratado comercial deverá entrar em vigor em janeiro de 2008. As negociações estão sendo encaminhadas entre a União Européia e seis federações dos Estados ACP.

Caminhos do desenvolvimento

Heidemarie Wieczorek-Zeul
Wieczorek-Zeul acha possível cumprir Metas do MilênioFoto: AP

Especialistas calculam que, nos últimos 60 anos, cerca de um trilhão de dólares foram transferidos aos países menos privilegiados, o que parece muito, mas está bem longe da promessa dos países ricos de transferência de 0,7% do seu Produto Nacional Bruto (PNB) para os países pobres, cumprida somente por poucos. A comunidade internacional também se comprometeu a alcançar objetivos como as Metas de Desenvolvimento do Milênio, aprovadas pelas Nações Unidas em 2000.

Entre elas, está a redução pela metade, até 2015, do número de pessoas que dispõem somente de um dólar por dia para sobreviver. Enquanto muitos especialistas duvidam que tais objetivos sejam alcançados, muitos políticos se mostram bastante otimistas.

"Se o mundo pode dispor de 1,1 trilhão de dólares para armamentos, ele também poderá dispor dos meios necessários para alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio", explica a ministra Wieczorek-Zeul. Mas o desenvolvimento também envolve outras questões.

Outro desenvolvimento

Pode-se sugerir realmente a países como os do continente africano que sigam a mesma linha de desenvolvimento dos países industrializados e façam com que automóveis e computadores se tornem artigos do dia-a-dia? Petra Pinzler, especialista em Política do Desenvolvimento e jornalista do Die Zeit, acha que, se todos seguirem o caminho de desenvolvimento dos países ricos, o globo terrestre terá problemas.

Klimawandel, Globale Erwärmung
Países desenvolvidos têm responsabilidade tecnológicaFoto: AP

Segundo ela, não se conseguirá impedir que as nações em desenvolvimento cometam os mesmos erros praticados pelas nações desenvolvidas. "Não podemos esperar, por exemplo, que os africanos desenvolvam tecnologias de proteção do meio ambiente. Para isso, eles dispõem de menos dinheiro e menos meios. Esta tecnologia tem que ser, primeiramente, desenvolvida por nós. Neste ponto, temos que ser um exemplo", comenta a jornalista.

Quanto às metas e idéias para o desenvolvimento, teoricamente razoáveis, mas que na prática levantam falsas expectativas, Pinzler adverte: "Estas expectativas são levantadas não somente nos países em desenvolvimento, mas, sobretudo, na população dos países desenvolvidos. De tempos em tempos, diz-se que a miséria vai acabar e que crianças não mais irão morrer. Poucos anos depois, assume-se: não funcionou novamente".

Organizações estatais e não governamentais

Symbolbild Entwicklungshelfer
Organizações repensam ajuda prestadaFoto: BilderBox

Cada vez mais, nos últimos anos, organizações estatais e não governamentais são obrigadas a repensar o conceito e a eficiência da ajuda prestada. A razão para tal é a existência, atualmente, de uma série de organizações humanitárias privadas. À frente de todas, a Fundação Bill e Melinda Gates, onde o homem mais rico do mundo investiu 32 bilhões de dólares. Esta capacidade econômica permite tais fundações realizarem suas próprias idéias.

Muitas vezes, entretanto, isto não agrada a outras organizações humanitárias. A presidente da Associação Alemã de Organizações Não Governamentais, Claudia Warning critica, por exemplo, a idéia de Bill Gates de introduzir a Revolução Verde no continente africano.

"Sabemos do exemplo asiático que a Revolução Verde [revolução tecnológica da agricultura visando o aumento da produtividade] não traz somente efeitos positivos, mas também efeitos bastante complicados. Gostaria de encontrar Gates e perguntar-lhe por que justamente agora ele vem com esta idéia", comenta Warning.